Omega Labyrinth é uma série de jogos criada pela D3 Publisher, começando com seu primeiro jogo para o PlayStation Vita. Uma série bem controversa, seu foco, como de vários jogos à época no Japão, era o “fanservice”, ou seja, conteúdo sugestivo a fim de atrair uma certa parcela fiel do mercado. Após uma tentativa fracassada da PQube de trazer Omega Labyrinth Z para o Ocidente, o novo jogo da série chega com duas versões, sendo a versão de PlayStation 4 chamada Labyrinth Life.
Após interferências diretas da Sony com jogos que possuem esse tipo de conteúdo sugestivo, Labyrinth Life, a versão de PlayStation 4, foi lançada sem o seu potencial completo, por assim dizer. Mesmo assim, espere bastante cenas e imagens sugestivas, diálogos curiosos e uma premissa bem debochada.
O jogo acompanha a história das alunas da academia Belles Fleurs, uma escola com um famoso, misterioso e eterno jardim pelo qual seus alunos prezam e cuidam com muito zelo. Com a chegada de Hinata à escola, o jardim inteiro murcha e morre, cabendo à nova aluna e suas colegas explorar calabouços e descobrir alguma maneira de reviver o jardim à sua glória.
A premissa é rasa como parece, não passa de um pano de fundo para se apoiar o “fanservice” e a jogabilidade. Partindo desses dois pontos, o “fanservice”, ainda que menor em comparação à versão “completa” ou aos jogos anteriores, continua sendo bem chamativo e parte integral do jogo. Uma das mecânicas do jogo, por exemplo, que é subir de nível e ficar mais forte nos calabouços, é medida pelo aumento dos seios das personagens após derrotar inimigos e capturar sua força.
A jogabilidade, por outro lado, fica limitada à exploração dos calabouços e andar por um mapa pequeno que representa o pátio do colégio. Nos calabouços, você explora avançando um passo por vez e encontrando inimigos, no mesmo gênero que jogos como Shiren e outros jogos da franquia Mystery Dungeon. O gênero é um gosto adquirido, você pode amar o fato de explorar área por área, controlar a fome dos personagens e correr o risco de perder todos seus itens quando morrer, ou odiar e nunca mais encostar no jogo.
Os calabouços, como é de costume com o gênero, possui várias surpresas que podem acabar com você em poucos passos, mas em comparação, Labyrinth Life é bem leniente. Os inimigos não são tão mais fortes, o equipamento que você encontra no caminho costuma ser mais do que suficiente para avançar e os mecanismos de upgrade, seja de habilidades ou equipamentos, ajudam muito em deixar o jogo ainda mais fácil.
É na facilidade de Labyrinth Life que mora o grande problema: este é um gênero conhecido e respeitado por ser desafiador, e pelo jogo ser mais fácil, perde-se uma grande parte dos possíveis interessados. Da mesma forma, apesar de possuir “fanservice” que é apreciado por uma parcela do público, existe outra versão mais “completa” por assim dizer, oferecendo mais que a versão de PlayStation 4.
Por isso, além do fato de se apoiar na invenção da roda e não tentar inovar de nenhuma forma, é que Labyrinth Life acaba sendo um jogo sem público. Existem jogos do gênero muito mais interessantes e desafiadores, como também existem jogos, inclusive essa versão mais “completa”, que tem mais “fanservice” para quem possa interessar, tornando o jogo uma difícil recomendação.
Jogo analisado com código fornecido pela D3 Publisher.
Veredito
Labyrinth Life é um jogo pela metade: sua jogabilidade é sacrificada para que seu “fanservice” alcance um público específico, porém seu próprio “fanservice” foi comprometido por circunstâncias que fugiam do alcance da publisher.
Veredict
Labyrinth Life is half a game: the gameplay is sacrificed in order for the fanservice to reach its intended audience, but its own fanservice was compromised by circumstances outside of the publisher’s reach.