Relembre os jogos mais desafiadores da Disney dos anos 90: Aladdin e The Lion King estão de volta, com a cara dos consoles antigos, com uma remasterização feita pela competente Digital Eclipse.
Gosto muito de versões remasterizadas. É divertido jogar de volta algo que fez parte da nossa infância. Disney Classic Games é uma coletânea que inclui as versões do Sega Genesis, Mega Drive, Super Nintendo, Game Boy e até mesmo a demo apresentada no anúncio original dos jogos, nos anos 90. Ainda conta com galeria de arte, vídeos contando a trajetória de execução dos jogos, menu com trilha sonora e o modo de exibição, que é o jogo correndo por I.A., pra quem está com dificuldade de seguir algum nível em frente, ou apenas quer assistir o gameplay perfeito.
Um prato cheio para a nostalgia e uma novidade nada fácil para quem ainda não conhece: por um lado temos os personagens da Disney, com uma trilha sonora simpática e gráficos bem coloridos. De outro, os jogos são desafiadores e difíceis de concluir. Não lembrava que o último nível de O Rei Leão era tão complicado. Aladdin foi um pouco mais fácil, mas ainda assim usei muito a função rebobinar (trapaça que chama né) para impedir um pulo errado ou a falta de timing para alguma ação. Sem falar na opção de salvar e carregar, que ajudou bastante, pois o jogo tem muitos desafios e os checkpoins às vezes ficam distantes. Tudo isso funciona sem impedir a conquista de troféus.
Antes de detalhar os jogos em si, vou explicar alguns problemas que encontrei na interface. Primeiramente, ela não é muito clara e não explica que a versão Console N significa Super Nintendo e Console S é Sega Gênesis, bem como a versão japonesa que é do Mega Drive. Ainda é possível usar uma combinação de botôes para pular de fases, mas acho que isso poderia ser incluído nas galerias dos jogos, para quem ainda não viveu esta experiência. Também tem um modo invencível e opções de truques para pular de nível, mas nada disso é muito claro ou explicado no menu. Por outro lado, assim como no Castlevania Anniversary Collection, temos a possibilidade de adicionar filtros de cor que remetem às telas de monitores CRT e LCD, bem como o fundo, adicionando a moldura padrão ou esticando a resolução do gráfico para tela cheia.
Aladdin, considerado um dos melhores jogos do Mega Drive, foi lançado em 1993 e ganhou vários prêmios na época, como de melhor animação e melhor jogo para o console, sem contar que vendeu muito bem – ficando atrás apenas de Sonic the Hedgehog 1 e 2. A história segue o filme lançado em 92, em que Aladdin deve enfrentar o feiticeiro Jafar e conquistar o coração de Jasmine. Mas não é idêntico a ele, afinal, Aladdin não entra na lâmpada do Gênio, nem fica preso nas masmorras do Sultão explodindo esqueletos. Mas, um jogo é um jogo, e temos a liberdade poética para ser mais emocionante. A versão Demo tem elementos obviamente diferentes da versão Final Cut (que considero bem mais fácil e é a versão que os desenvolvedores desejavam lançar na época, caso existissem patches de correção). Jogar todas elas dá uma dimensão da grandiosidade do jogo e também já acostuma o gameplay, pois não é nada fácil passar de fase sem morrer algumas vezes.
Já O Rei Leão parece que teve um pouco menos de talento nesta remasterização. Os conteúdos são menores e mais simples que Aladdin e as versões do Super Nintendo (mais detalhes e cores) e Mega Drive (animação mais fluida) são bem semelhantes. A lista de troféus praticamente indica terminar o jogo nas três dificuldades, sem muitos detalhes. Quem já jogou, lembra muito bem da tensão em passar os níveis das girafas e do cemitério de elefantes. Curiosamente, esta era minha maior lembrança, mas quando joguei, vi que subir a cachoeira com os troncos é ainda mais difícil. Mais uma vez é possível usar o botão rebobinar, mas ele falha muitas vezes; meio que entra em conflito com os sprites do passado e por vezes esta opção não levava Simba aos mesmos passos. Na versão do Game Boy, houve uma grande dificuldade em criar os sprites dos personagens e outros animais lá naquela época, o que fez o jogo envelhecer ainda mais, pois é triste jogar e ter dificuldade em entender quem é o quê no gameplay. Ainda assim, não posso reclamar da emulação, que está fluida e cheia de possibilidades.
Concordo em trazer os clássicos Aladdin e O Rei Leão para o PS4, mas acredito que pelo valor, outros jogos poderiam ter sido incluídos, como Toy Story e Hercules. A sensação que tenho é o apelo de compra ser pela nostalgia, e nem tanto para atrair um novo público. Os conteúdos bônus são bacanas e uma ótima oportunidade para salvar o jogo num momento difícil, assistir a um dos vídeos sobre o desenvolvimento e, com mais calma, voltar a tentar atravessar os cenários quase impossíveis, desafiando o modo rebobinar. A dificuldade na conclusão do gameplay sem pular níveis e sem usar a volta no tempo é frustrante. Consigo lembrar perfeitamente da minha tristeza em ter de devolver o jogo na locadora, na segunda-feira, sem ter conseguido desafiar Scar e ter de esperar mais uma semana para alugar novamente e tentar tudo de novo. Mas vale o esforço. São jogos muito bacanas e cheios de adversários inteligentes, com animações divertidas e sprites bem coloridos, sem falar na trilha sonora, que encaixa com cada cenário. Mas, ainda considero o preço com uma “taxa de gourmetização” por ser uma coletânea que é voltada para a nostalgia.
Veredito
Disney Classic Games: Aladdin and The Lion King é um pacote interessante, pega a memória afetiva e transforma em conteúdos bônus, modo rebobinar, menu com a trilha sonora e versões refinadas dos jogos. O lançamento perdeu levemente o timing, que poderia ter sido assim que os dois filmes estrearam nos cinemas. No entanto, senti uma atenção muito maior em Aladdin que em O Rei Leão e a falta de mais jogos que marcaram uma geração, para ser mais atrativo a novos jogadores e ao público que não conhece o dissabor de fazer o mesmo nível várias vezes seguidas ao som de Hakuna Matata.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Disney Interactive.
Veredito
Veredict
Disney Classic Games: Aladdin and The Lion King is an interesting package, takes the affective memory and transforms it into bonus content, rewind mode, soundtrack menu, and refined versions of the games. The release slightly lost its timing, which could have been when the two films premiered in theaters. However, I felt a lot more attention was given to Aladdin than to The Lion King, and the lack of more games that marked a generation to be appeal more to new players and to the public who doesn’t know how to play the same level many times in a row, listening to Hakuna Matata.