Nostalgia e saudosismo é algo que estamos vendo frequentemente nos jogos. Revisitar boas lembranças e usar isso de inspiração tem sido bem positivo em alguns títulos, como recentemente em Resident Evil 2. Beat Cop aproveita essa onda e se inspira nas antigas séries policiais da década de 80 e 90.
Em uma época onde os shows de TV eram baseados na realidade e em questões sociais, o audiovisual aproveitava para mostrar esses temas ao público. Beat Cop apresenta os eventos rotineiros de um departamento de polícia dessa época através da história de Jack Kelly, um ex-detetive acusado de um crime que diz não ter cometido.
Rebaixado de cargo, Kelly agora deve fazer os trabalhos básicos de um policial, como patrulhar, verificar a vizinhança, intervir em pequenas brigas e correr atrás de “peixes pequenos” no submundo do crime no Brooklyn, em Nova Iorque.
Praticamente o jogo se resume a Kelly realizar seu trabalho diário com oficial, atender as metas do departamento de polícia e descobrir uma forma de limpar seu nome da acusação que recebeu. As atividades vão desde o mais simples, como aplicar multas, até negociações de bandidos e assuntos da máfia.
O jogador tem livre escolha para interagir e tomar decisões diferente com vários eventos do jogo, o que acaba por definir o final da história. Decidir ajudar a máfia ou a gangue local pode levar a caminhos mais obscuros, porém com dinheiro mais fácil. Ser honesto, evitar propinas e fazer um bom trabalho policial acaba dando uma direção mais nobre, porém mais complicada.
O objetivo é fazer o necessário para conseguir dinheiro e assim solucionar os problemas de Kelly, como pagar pensão ou adquirir informações. Bater a meta diária de multas pode resultar em um bônus. Ajudar máfia a esconder um corpo pode dar muito mais dinheiro, porém tem uma interferência negativa no departamento de polícia.
O jogador é colocado constantemente a tomar decisões, seja para um simples trabalho ou em questões que podem envolver situações mais tensas, como sequestro ou assaltos. Isso dá uma boa dinâmica ao jogo e instiga a fazer todas as alternativas possíveis, aumentando o fator replay fazendo o jogador terminar várias vezes o título.
Um porém é que, mesmo que seja divertido no início fazer o básico, com o tempo as atividades vão ficando monótonas. Aplicar multas e multas, dia após dia fica cansativo. Perseguir bandidos ou solucionar problemas simples da vizinhança demoram a ter variações. Mesmo que várias surpresas vão acontecendo à medida que os dias passam, muito do trabalho policial é reciclado e exaustivo próximo ao fim do jogo.
Enquanto o visual pixelado do jogo leva certo destaque pelas cores e animações cartunescas, a trilha sonora bastante ambientada na época é o maior atrativo. Hip-hop das gangues é comumente escutado e realmente faz uma ambientação precisa. Com controles simplificados e alguma mecânicas interessantes, Beat Cop é bastante prático no que promete mas sem inovar na jogabilidade.
Apesar de divertido, com vários finais para sua história e uma ambientação interessante, Beat Cop pode ser perder facilmente pela pela repetição e atividades nada inovadoras. Mesmo que em alguns momentos o ritmo do jogo acelera e o jogador se perde facilmente nas atividades a fazer, a impressão é de uma sobrecarga desnecessária ao invés de escolhas proveitosas. Ter uma meta de 12 multas diárias por causa de pneus, ter que checar cada carro, decidir resolver assuntos da máfia e ainda ajudar a vizinhança são eventos que ocorrem sucessivamente num período muito curto.
Veredito
Beat Cop faz bom uso de sua inspiração e traz uma aventura interessante em uma Nova Iorque dos anos 80. Adentrar o submundo da polícia, gangues e máfia é divertido, mesmo que o excesso de repetição acabe prejudicando parte da experiência.
Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela desenvolvedora.
Veredito
Veredict
Beat Cop makes good use of its inspiration and brings an interesting adventure in a New York from the 80’s. Entering the underworld of the police, gangs and mafia is fun, even though the excessive repetition ends up harming part of the experience.