Alien: Rogue Incursion – Review

A realidade virtual é uma tecnologia bastante impressionante, por trazer uma imersão sem igual. E existem mundos que imploram para serem explorados com essa tecnologia – e Alien é um deles. Finalmente, após muito tempo, temos um jogo digno da franquia em VR. A Survios realmente conseguiu: Alien: Rogue Incursion é um dos títulos mais incríveis que já joguei em VR.

O que torna Alien: Rogue Incursion tão especial é que ele consegue trazer a atmosfera dos filmes, aquele medo constante de termos um xenomorfo observando o jogador, andando pela tubulação. Mas é muito mais que isso: a imersão é perfeita, trazendo ideias simples mas eficazes em seu gameplay.

Alien: Rogue Incursion coloca você no papel da ex-fuzileira colonial Zula Hendricks, dedicada a expor os experimentos secretos da Weyland-Yutani, em uma missão extremamente perigosa no inexplorado planeta Purdan. Com a orientação de Davis 01, seu companheiro sintético, Zula precisará se infiltrar na instalação de pesquisa infestada da Gemini Exoplanet Solutions e sobreviver à ameaça dos xenomorfos usando furtividade, estratégia e poder de fogo.

Já em sua parte inicial, mesmo sendo algo simples, Alien: Rogue Incursion é interessante. A sensação de estar dentro da nave é única. Mas ao sair dela que o jogo se mostra espetacular.

O gameplay de Alien: Rogue Incursion, para quem já jogou algum título em VR, já sabe o que esperar. Você tem acesso à sua arma colocando-a nas suas costas (o rifle) ou na sua cintura (a pistola), por exemplo. Há uma espécie de radar que identifica sons de inimigos que pode ser pego em seu ombro direito (ou esquerdo, se for canhoto). Mas o que facilita a vida é a roda de itens.

Pressionando um botão – mais uma vez, dependendo de sua mão dominante – você tem acesso a uma roda que mostra os itens que possui. Segurando isso, basta usar a outra mão para pegar o item que deseja. Um dos itens que você mais vai usar disso é o seu Tablet. É nele que estão todas as informações e principalmente um mapa para se guiar. Esse mapa pode ser controlado com o dedo como se fosse uma tela touch e, apesar de ser algo simples na ideia, é uma experiência imersiva até demais.

Esse tablet também é usado para ter acesso a computadores, os quais você manuseia utilizando um “controle do tipo Atari” (o joystick clássico) que, em VR, mais uma vez, é algo simples em teoria e sensacional na prática.

Alien: Rogue Incursion utiliza muito bem o som ambiente para indicar onde estão os inimigos e pontos de interesse. Mas mesmo assim, os sustos acontecem com frequência.

O combate de Alien: Rogue Incursion é simples, mas eficaz. As armas grandes precisam ser empunhadas com as duas mãos, caso contrário a mira é perdida facilmente.

Os xenomorfos são muito ágeis (como esperado), mas não são impossíveis de se matar. E é claro, ter um Facehugger na sua cara em VR é uma experiência que jamais imaginava ter um dia.

Quanto à vida, você precisa encontrar algumas agulhas injetáveis que recuperam ela. Mesmo estando em dificuldades como o Normal, os xenomorfos não deixam de ser letais. O seu pulso indica a sua vida na parte superior dele (onde um relógio normalmente ficaria), sendo que na parte de baixo há a indicação da munição restante.

Apesar de imersivo e excelente, Alien: Rogue Incursion tem seus problemas. Um deles é o gráfico dos modelos humanos. Apesar dos aliens serem muito bem modelados e o ambiente também (o que ajuda na imersão), o companheiro sintético Davis 01 e principalmente os humanos (mortos) que você encontra pelo cenário são um pouco feios, fazendo nos lembrar que é um videogame no fim das contas.

A história de Alien: Rogue Incursion também não agrada muito. Apesar de termos legendas em português do Brasil, inúmeros e-mails e áudios que fortalecem a história construída, é difícil se importar muito com o que está acontecendo. O que vale a experiência é o ambiente e a sua exploração, sem dúvida alguma. Aliás, vale citar que temos menções a determinados personagens que deixarão os fãs da série com a pulga atrás da orelha.

Outro ponto é que a história não termina exatamente. Não queremos entregar spoilers porque não sabemos exatamente quais são os planos da Survious, mas o que você jogará agora em dezembro é basicamente a “Parte 1” da jornada de Zula em Purdan. Entenda: ainda é um jogo completo, mas se você espera um começo, meio e fim por agora, talvez se decepcione.

No fim, Alien: Rogue Incursion é um jogo obrigatório para quem tem PS VR2. É uma experiência que vale demais ser conferida, principalmente para quem é fã da série.

Jogo analisado no PS5 (PS VR2) com código fornecido pela Survios.