Produzido pelas desenvolvedoras Octato e Massive Miniteam, Airhead foi lançado no último dia 12 de fevereiro pelo estúdio HandyGames. Primeiramente apenas para PS5, Xbox Series e PC, e futuramente para PS4, Xbox One e Switch. Sobre o estilo, eu sou suspeito pra falar: amo metroidvania e amo quebra-cabeças. No caso de Airhead, as duas coisas foram colocadas no mesmo jogo, e isso automaticamente chamou minha atenção – não que este seja o único jogo da categoria, obviamente.
Airhead se trata de uma aventura no estilo plataforma que conta a história de uma simbiose. Logo no início do jogo, em uma cena muito parecida com a mostrada no trailer, um ser que não passa de um simples Corpo encontra uma Cabeça, e as duas partes se unem. Com essa união, o novo ser possui certas habilidades, assim como poderá adquirir novas no decorrer do jogo.
Não fica muito claro o que está acontecendo, e tudo que queremos ao jogar é uma boa explicação daquele mundo e daquele lugar que parece uma fábrica de alguma coisa. E é disso que o novo ser vai atrás em sua aventura. É claro que não será uma tarefa fácil, já que, uma vez que tenha acontecido a simbiose, uma parte não poderá sobreviver sem a outra. A partir dessa junção, você terá um balão branco no canto inferior direito da tela, que te informa quanto de ar a Cabeça ainda possui.
Quando seu ar estiver próximo de acabar, o controle vai começar a vibrar e a tela do jogo vai começar a perder a cor, até ficar apenas em preto e branco. Para não morrer, você terá que alcançar um dos inúmeros tanques de ar espalhados pelo mapa, e quando isso acontecer, além de reabastecer a cabeça 100% de novo, o jogo é automaticamente salvo.
Além de novas habilidades como o disparo para frente e o pulo duplo, novos tipos de tanques de ar também vão surgindo no decorrer de Airhead. O rosa faz a Cabeça ficar leve e flutuar, e o amarelo faz o oposto, deixando a cabeça mais pesada e podendo afundar ou quebrar coisas. Isso tudo sem falar na possibilidade de utilizar outra cabeça!
Sim, é bastante coisa, assim como muitas informações sobre cada uma das criaturas e outras coisas com as quais você vai cruzar em Airhead. Elas vão surgir gradativamente, e sempre estarão disponíveis para consulta na opção Biblioteca no Menu. Sendo assim, caso esqueça alguma informação importante, é válido dar uma olhadinha lá.
O mapa estará sempre disponível, e pode te ajudar a bolas suas estratégias. Nele ficam disponíveis as localizações de todos os tanques de ar, de todas as cores, assim como objetos importantes para interação e a sinalização do seu objetivo atual. Para ter acesso a ele, basta abri-lo apertando o touch pad ou selecionando a opção no Menu.
Uma coisa que me chamou atenção foi a falta de combate. Existem inimigos, é claro, mas não inimigos agressivos. Sendo assim, não existem ataques ou defesas que você aprende durante qualquer etapa do jogo. Na verdade, existem mais criaturas que vão te ajudar do que criaturas que vão te atrapalhar. Para isso, basta observar com atenção para entender o que precisa ser feito, e assim usar tudo no ambiente ao redor a seu favor.
Em relação aos puzzles de Airhead, eles consistem principalmente em abrir passagens ou chegar a alguma parte do mapa antes inalcançável. Às vezes você conseguirá abrir alguns atalhos que não serão indispensáveis (alguns nem vai chegar a utilizar), mas que podem ser úteis se quiser revisitar algum lugar. Uma dica válida aqui é que nem sempre o Corpo e a Cabeça poderão chegar juntos a todos os lugares, sendo às vezes necessário separá-los por um período de tempo curto o bastante para que você não fique sem ar.
Assim como todo bom metroidvania, o backtracking aqui acontece naturalmente. Será necessário retornar a alguns pontos já visitados antes para fazer alguma coisa que você deixou para trás por não ter a habilidade necessária. O próprio jogo, na verdade, muitas vezes já te manda pra esses lugares, por meio de uma nova passagem aberta que te leva exatamente ao lugar que precisa ser reexplorado.
Durante a jogatina, infelizmente percebi alguns bugs. Em certos momentos o Corpo travava em um degrau e eu não conseguia mais me mexer, e repetidas vezes ele ficava caindo eternamente, mesmo sem nenhum buraco. Geralmente é possível apertar L1 para retornar ao último ponto de salvamento, mas teve uma vez que nem isso adiantou, e eu precisei reiniciar o jogo. Esses bugs precisam ser corrigidos o mais rápido possível, para evitar frustrações.
De modo geral, porém, Airhead é um título que cumpre o seu propósito muito bem. O nível de dificuldade é adequado, às vezes desafiador, já que você terá que descobrir o que precisa fazer, e então fazê-lo, o que pode ser complicado algumas vezes. Mas esse é o tipo de coisa que traz satisfação pra quem estiver jogando, então vai valer a pena dedicar algum tempo para desvendar os enigmas e chegar ao final dessa aventura.
Jogo analisado no PS5 padrão com código fornecido pela HandyGames.
Veredito
Airhead não deixa a desejar no que se propõe. Apesar de não haver combate, a jogabilidade entrega outras mecânicas satisfatórias. Tem puzzles interessantes, mesmo que às vezes prenda o jogador na solução de alguns mais complicados. Infelizmente, há alguns bugs irritantes presentes, que se forem resolvidos deixarão o jogo ainda melhor.
Veredict
Airhead leaves nothing to be desired in what it proposes. Although there is no combat, the gameplay offers other satisfying mechanics. It has interesting puzzles, even if it sometimes traps the player in solving some of the more complicated ones. Unfortunately, there are some annoying bugs present, which if resolved will make the game even better.