A Little To The Left – Review

Como você se sente quando olha pra uma parede e vê um quadro torto? Incomodado? Nervoso? Desesperado? Se você se identifica com pelo menos uma dessas respostas, então A Little To The Left foi feito pra você. Criado pela desenvolvedora canadense Max Inferno, o game foi lançado para PS4 e PS5 agora em 15 de fevereiro pela Secret Mode, mas jogadores de PC, Mac e Switch já puderam experimentá-lo desde novembro de 2022.

A Little To The Left é um jogo pra você sentar e relaxar. O tempo vai passar e você mal vai perceber. Nunca vai ser tão divertido arrumar a casa como aqui. Tão simples como parece, este é basicamente um jogo de quebra-cabeças. Alguns são bem óbvios, especialmente os primeiros (o primeiro de todos é literalmente você ajeitar um único quadro na parede), mas outros nem tanto, para os quais a primeira coisa a ser feita é entender o sentido do puzzle.

Os puzzles de A Little To The Left serão sobre ordenar objetos de alguma forma específica, ou conectá-los em alguma posição, ou às vezes só mover objetos para determinados lugares. Mas vale prestar bastante atenção aos mínimos detalhes dos itens de cada fase, pois alguns puzzles possuem mais de uma forma de serem resolvidos (alguns até cinco). Do maior para o menor? Ordem crescente de dentes? O desenho que se forma com cada coisa posicionada lado a lado? Investigue todas as possibilidades. No menu de fases, o número de estrelas acima de cada quadrinho de puzzle indica quantas formas existem para resolvê-lo.

O título conta com vários quebra-cabeças divididos em capítulos e mais alguns extras temáticos, como de Natal e Halloween. Além destes, existe o Daily Tidy, que se trata de um novo desafio a cada dia, sendo necessário solucioná-los caso você queira obter todas as insígnias que essa parte do jogo oferece (e também alguns troféus, relacionados principalmente à quantidade de vezes que você solucionou um puzzle diário e à quantidade de dias em sequencia que fez isso).

Além das dezenas de níveis que o jogo base oferece, foi lançada também no mesmo dia a DLC Cupboards and Drawers. Como a tradução do nome já sugere, os quebra-cabeças agora são dentro de armários e gavetas, onde temos que “fazer um Tetris” e ordenar os itens de forma que todos caibam no local em questão. Aqui teremos maleta de costura, armário de banheiro, entre inúmeras outras situações que, à primeira vista, serão desesperadoras. Mas assim que você descobre como começar, tudo fica mais fácil e já é possível começar a enxergar uma luz no fim do túnel da arrumação.

Ah, e de cara dá pra perceber que A Little To The Left é um jogo com tema de gatos. De tempos em tempos vai ter um gatinho fofo fazendo gatices e desarrumando parte do que você arrumou, ou simplesmente aparecendo na tela para receber carinho. Uma das minhas fases favoritas do DLC, inclusive, é sobre colocar caixas e caixas uma dentro da outra e cada gato dentro da caixa com tamanho correspondente, de acordo com a posição em que o felino se encontra. Enrolado feito uma bolinha, ou esticado, ou sentado, você vai ter que se virar para encontrar uma caixa para cada gato.

De forma geral, os quebra-cabeças não são absurdamente difíceis de entender. Mesmo assim, caso você se canse de tentar resolvê-los (ou pelo menos tentar descobrir todas as soluções para algum específico), existem duas alternativas. A primeira delas é simplesmente clicar em “Let It Be” no menu de opções e deixar pra resolver o puzzle em outro momento, pulando direto para o próximo. A outra opção é ver uma dica. Clicando nessa opção, você será levado a um caderno todo rabiscado com uma borracha ao lado. Apagando os rabiscos, na folha aparecerá a solução para o quebra-cabeça. Infelizmente, mesmo que haja duas ou mais, apenas uma será revelada.

Não há muito mais a ser dito sobre A Little To The Left nesta análise. Se você espera emoção e aventura, vai se decepcionar. Mas se busca ter um momento despretensioso e relaxante, essa talvez seja a escolha certa. O jogo repete sua fórmula do início ao fim, mas não vejo como isso poderia ser diferente. No que ele se propõe a fazer, faz muito bem. E ainda consegue colocar alguns momentos fofinhos de descontração com felinos entre um puzzle e outro. O que mais poderíamos querer?

Minha única ressalva é que em um momento fiquei travado em puzzle que, quando tentei de novo, fiz exatamente as mesmas coisas que tinha feito antes e dessa vez consegui passar. Provavelmente tinha sido só um bug momentâneo.

Jogo analisado no PS5 padrão com código fornecido pela Secret Mode.