Pac-Man é um ícone dos videogames e isso é inegável. No entanto, quando você pensa no personagem, o que vem em mente exatamente? O clássico de Arcade, suponho? Ou alguma variação dele que foi lançada nesses últimos 45 anos? Uma coisa é certa: a grande maioria das pessoas jamais associa Pac-Man a um jogo de plataforma. E isso é um pouco triste, porque os jogos da série “World” são muito bons e marcaram a infância de vários jogadores.
A Bandai Namco já lançou o remake do primeiro Pac-Man World e o segundo era questão de tempo até chegar. No entanto, ao contrário do antecessor, Pac-Man World 2 é uma geração adiante. Ou seja, enquanto Pac-Man World era um jogo de PS1, Pac-Man World 2 veio na geração do PS2. E isso afeta bastante o jogo porque é notável a melhoria que tivemos na época – consequentemente, afetando o remake que enfim temos em mãos.
Caso não tenha ficado claro, Pac-Man World 2 Re-Pac é um remake de Pac-Man World 2. Muita coisa ainda é igual ao original, mas há diversas diferenças, como as batalhas contra os chefes.
A história de Pac-Man World 2 Re-Pac é bem simples: após invadirem a Pac-Vila, os Fantasmas roubaram as Frutas Douradas e, como consequência, libertaram Nefausto, o todo-poderoso rei dos fantasmas. Agora, Pac-Man deve se aventurar por Pac-Land para recuperar as Frutas Douradas e colocar um fim ao terrível vilão.
Em outras palavras, é preciso passar por diferentes mundos que contêm três fases e uma batalha contra chefe, enquanto coleta itens, elimina diferentes inimigos e tenta chegar ao fim de cada fase.
Pac-Man possui diferentes formas de ataque. Temos o seu pulo que, ao pressionar o botão no ar novamente, realiza uma “quicada”. Se feito num timing exato, se torna uma super quicada que leva Pac-Man a uma altura maior que o pulo normal, sendo útil para alcançar pontos mais altos do cenário. Já o quadrado é um chute simples, enquanto que triângulo é uma corrida que permite subir ladeiras ou atravessar rampas, por exemplo. Por fim, bola usa os pontos coletados para arremessar e eliminar os inimigos como um projétil (e que pode ser carregado para um ataque maior e mais poderoso).
A clássica forma de Pac-Man aparece em momentos específicos das fases para eliminar os fantasmas. Além disso, há fases com mecânicas únicas, como a patinação em uma de gelo e o “Pac-Marino”. Não quero spoilar muito essa parte porque o jogo não é muito longo.
Querendo ou não, Pac-Man World 2 Re-Pac é um jogo relativamente fácil. Sem dúvida pensado para um público mais infantil, o gameplay é longe de ser algo desafiador, mas traz diversão independente da idade. O que realmente é desafiador são as medalhas do modo de contra o tempo, fazer todas as missões e encontrar todos os colecionáveis.
Os colecionáveis talvez nem tanto, qualquer veterano de jogo de plataforma não terá dificuldade em coletá-los. As missões (que existem três em cada nível) pedem coisas relacionadas ao que estou citando aqui, como pegar todas as frutas, terminar a fase no contra o tempo e uma terceira que varia, como destruir todas as caixas, eliminar todos os inimigos, etc. Isso também não é problema. Mas os desafios de tempo… mesmo veteranos podem sofrer para conseguir ouro em todas as fases. Isso ao menos torna o jogo mais longo pois, como dito, a campanha é bem curta, podendo ser finalizada em cerca de 4-6 horas dependendo do seu estilo de jogo.
Claro, levando em conta os desafios de tempo e os muitos colecionáveis a serem pegos (como “gashapons” e trajes, sem contar todas as frutas nas fases), essa quantidade de horas é facilmente elevada para 15 a 20.
Comparando com o original, Pac-Man World 2 Re-Pac oferece desafios contra chefes completamente novos (em minha opinião, melhores), assim como dublagem completa. A Bandai Namco chamou o dublador original de Pac-Man World 3, Martin Sherman, para o protagonista. Mas não apenas Pac-Man é dublado; há vários outros nas cutscenes que também falam.
Os gráficos, é claro, são refeitos e muito mais vivos. Há até mesmo um modo multiplayer (bem simples; não cheguei a testar mas é basicamente um drone que pode ajudar a derrotar inimigos e coletar itens próximos) e outro facilitado (Modo Fada) para quem realmente tem dificuldade em jogo de plataforma.
Mas, em sua essência, ainda é Pac-Man World 2. Os mais puristas talvez não aprovem as novidades, porém acredito que neste caso a maioria vá aprovar as mudanças.
No fim, Pac-Man World 2 Re-Pac é um ótimo jogo de plataforma. É simples, acessível e para todas as idades. Ao mesmo tempo, possui desafios que devem agradar os mais veteranos.
Os seus maiores problemas são a sua longevidade (mesmo oferecendo missões, o modo contra o tempo e colecionáveis, tudo consiste em rejogar o “pouco” que existe) e essa “facilidade” que pode irritar quem busca um desafio maior.
Acredito que um remake de Pac-Man World 3 seja inevitável a essa altura – por essa ótica, se os três jogos fossem lançados como um só, teríamos uma aventura definitiva e que seria facilmente recomendada (eliminaria o ponto negativo da longevidade). Mas, por outro lado, os fãs que jogaram a série World há cerca de 20-25 anos agradecem pela Bandai Namco não apenas lembrar desses jogos, mas também entregá-los de uma forma respeitosa.
Pac-Man World 2 Re-Pac está disponível para PS4, PS5, Xbox Series, Switch, Switch 2 e PC com legendas em português do Brasil. Esta análise é da versão PS5 e foi realizada com um código fornecido pela Bandai Namco.