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Jogos com blockchain liberados por Epic Games Store

A Epic Games Store (EGS) segue permitindo a publicação de jogos que usam blockchain, NFTs ou criptomoedas, desde que cumpram regras próprias de distribuição e a legislação aplicável. A orientação está documentada nas diretrizes oficiais da plataforma, que afirmam de forma explícita que produtos com “tecnologia blockchain” podem ser publicados na loja.

Em dezembro de 2023, a Epic ajustou as políticas para também aceitar jogos classificados como “Adults Only (AO)” quando essa classificação decorrer exclusivamente do uso de blockchain. Mas o contraste com a Steam permanece.

Desde 2021, a Valve baniu títulos que integrem NFTs ou transações com criptomoedas, decisão que marcou a diferença de postura entre as duas principais vitrines de PC. Para o público e para os estúdios, isso ajuda a explicar por que projetos Web3 encontraram espaço na loja da Epic enquanto continuam ausentes na da Valve.

O que muda para quem joga no Brasil

Para quem está no Brasil, a principal consequência prática é de acesso e conveniência. A Epic confirma que exibe preços locais e aceita pagamento em real, algo documentado nas páginas de ajuda e FAQ da loja. Isso reduz atritos ao comparar com compras em moeda estrangeira e torna mais previsível o custo para o jogador brasileiro.

Outro ponto é que, em vários jogos com elementos Web3 disponíveis na EGS, interagir com blockchain não é obrigatório. As próprias páginas de FAQ desses produtos informam que dá para jogar normalmente sem conectar carteira ou adquirir ativos digitais. Na prática, blockchain funciona como camada opcional de propriedade/colecionáveis para quem quiser ir além.

Como o tema envolve criptoativos, a regulação nacional também importa. O Marco Legal dos Criptoativos (Lei 14.478/2022), regulamentado pelo Decreto 11.563/2023, designou o Banco Central do Brasil como autoridade competente para regular e supervisionar os prestadores de serviços de ativos virtuais.

Além disso, a IN RFB 1.888/2019 exige o reporte de operações com cripto à Receita Federal, obrigação que atinge exchanges e, em certos casos, pessoas físicas/jurídicas. No entanto, também é preciso acompanhar outros avanços. Nas noticias Ethereum se pode ver as evoluções do ecossistema, das taxas a mudanças no Ethereum.

Além disso, o avanço regulatório de apostas de quota fixa no Brasil, Lei 14.790/2023 e portarias do Ministério da Fazenda, não se confunde com jogos tradicionais da EGS. A lei trata de loterias e produtos com resultado aleatório e de quota fixa, outro universo jurídico.

O tamanho da vitrine Web3 na Epic

Em 2024, levantamentos setoriais apontaram 127 jogos com blockchain listados na EGS, quase o dobro do final de 2023, com cerca de 58% já jogáveis de alguma forma, como lançados, demos ou testes. Entre os mais famosos estavam MetalCore, Parallel, Blocklords, Star Atlas, Apeiron, Nyan Heroes e Shrapnel.

Embora nem todos estivessem em versão final, o volume de páginas ativas na loja indicava um pipeline robusto. O caso de Nyan Heroes ilustra a tração possível quando um projeto Web3 atinge audiência mainstream.

Durante um período de pré-alfa em 2024, o jogo que mistura herói-shooter em UE5 com tema felino entrou no Top 30 mais jogados da EGS e superou 200 mil downloads. A própria Epic também dedicou espaço editorial ao jogo, enfatizando o foco em mobilidade e jogabilidade.

Sinais de continuidade e outras oportunidades

A manutenção da política pode ser vista no próprio catálogo, que em 2025 continua exibindo páginas com o aviso padrão “Este jogo é compatível com ou inclui tecnologia NFT, Blockchain ou criptomoedas”, além de disclaimers de que transações/atendimento são responsabilidade da editora e de que a Epic não encoraja a compra/venda de criptoativos.

Na prática, o consumidor brasileiro continua encontrando jogos Web3 na loja com marcações visíveis e informações de suporte. Para os desenvolvedores no Brasil, o momento combina uma vitrine aberta a experiências Web3, instrumentos de monetização da própria loja e um ecossistema local em expansão.

O país encerrou 2023/2024 com 1.042 estúdios mapeados e crescimento do setor acima da média regional, segundo Abragames/Nordicity e análises acadêmicas nacionais. Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro de games aparece entre os maiores das Américas em consumo e faturamento.

Na distribuição, a EGS mantém iniciativas para ampliar receita de parceiros, como o Epic First Run, programa de exclusividade temporária que permite ao estúdio reter 100% da receita líquida por seis meses antes de voltar à divisão 88/12.

No campo regulatório e operacional, equipes locais que optarem por funcionalidades Web3 precisam planejar compliance desde o protótipo. Observar a IN 1.888, avaliar termos de uso e políticas da EGS para blockchain e preparar UX sem fricção para quem não quer interagir com cripto.

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