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Towa and the Guardians of the Sacred Tree – Preview

É difícil de imaginar um roguelike que já não tenha tentado de tudo hoje em dia. Sejam as múltiplas mecânicas de um jogo como Dead Cells ou o RNG de Vampire Survivors, o gênero parece ter atingido um patamar onde tem sido cada vez mais complicado ter uma ideia genuinamente nova.

É com isso em mente que Towa and The Guardians of the Sacred Tree faz uma pergunta importante: é possível que esse estilo seja mais “tranquilo”?

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Se eu tivesse que descrever a fórmula do título eu diria que ele claramente se inspira em Hades, ao mesmo tempo que tenta ser mais convidativo também.

A premissa do jogo é que Towa e seus guardiões (chamadas de Prayer Children) devem limpar o mundo da Corrupção de Magatsu. A pegada aqui é que a protagonista só consegue proteger dois (de oito!) personagens ao mesmo tempo, forçando o jogador a realizar algumas escolhas durante a jornada.

Estabelecer uma equipe não é tão simples quanto parece já que não dá para simplesmente pegar os seus dois personagens favoritos.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Primeiro você deve escolher um ‘’Tsurugi’’, um combatente corpo a corpo que vai ser o DPS principal do grupo.

O Tsurugi é composto de múltiplas habilidades e de duas espadas Wakizashi e Honzashi, cada uma com sua função, ataques básicos e golpes em área.

É importante destacar que a espada de golpes normais quebra depois de um tempo, forçando o jogador a trocar para a secundaria depois de um certo uso.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Não chega um sistema de sobrevivência ou algo do tipo, quando a arma quebra basta trocar que ela se repara automaticamente. O sistema serve mais para forçar o jogador a utilizar todo arsenal do personagem ao invés de só ficar ‘’spamando’’ os golpes básicos.

O segundo membro do grupo é o Kagura, uma espécie de mago que acaba interagindo mais a distância, soltando ataques em área e até mesmo proteção para o Tsurugi.

O modo como você controla ambos os personagens é similar ao The World Ends With You original. Existem dois esquemas de controle separadas para cada um deles e o jogador vai precisar usar ambos os kits se quiser chegar ao final de cada fase.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Existe também um modo co-op que divide as tarefas por jogador, infelizmente não tive a chance de testar durante a beta, mas é definitivamente um dos modos que eu mais fiquei ansioso para o jogo final.

A parte mais interessante desse sistema é que todo personagem consegue ser ou Tsurugi ou Kagura, então se você não gosta de alguém sendo o DPS principal, talvez assumindo o papel de ‘’mago’’ seja mais interessante.

Isso também faz com que o jogo tenha essencialmente 16 personagens, algo que não tão comum assim quando falamos de indies ou roguelikes, ainda mais se considerarmos que a customização não para por ai.

O jogador ainda vai encontrar aquelas mecânicas tradicionais de todo roguelike durante os estágios como mapas aleatórios, upgrades graduais, habilidades ‘’RNG’’, acessórios e equipamentos, tudo bem de praxe do gênero.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Dito isso o aspecto que mais de conquistou em Towa foi justamente nos seus momentos mais tranquilos como eu disse acima.

A vila de Shinju funciona como uma espécie de quartel general, onde você encontra não só todos aqueles sistemas de RPG mas também as partes mais imersivas do título.

O jogador pode explorar cada parte do vilarejo e aprender mais sobre a vida de cada um que mora ali dentro.

Uma passagem até o Dojô não é feita apenas para melhorar os atributos dos personagens, é também escutar do Mestre uma série de preocupações (e reclamações) sobre como a Towa não leva seu treinamento, alimentação e descanso a sério… você começa até a se perguntar como que ela conseguiu o papel de protagonista.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

O mesmo pode ser dito para todos os outros membros da vila, todo mundo contribui não só em algum tipo de melhoria para a equipe, mas também em seus desejos de que a Towa consiga conquistar seus objetivos.

Nas quatro horas que eu tive disponível durante a beta não cheguei a ver um diálogo repetido sequer, e o fato de ser tudo dublado também foi bem impressionante. Isso é algo que eu espero em um jogo de porte como Monster Hunter e acabou me pegando desprevenido por aqui (de uma forma positiva, claro).

Outro sistema que acabou sendo uma surpresa foi o sistema de forja. Ao invés de simplesmente comprar uma arma nova e melhorar alguns atributos gastando materiais (algo que também é presente no jogo), os jogadores podem também participar da ‘’arte’’ de criar uma lâmina.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

São nove minigames curtos que o ferreiro precisa realizar, todos eles bem simples, mas que dão aquela pitada de imersão para o jogo. Você vai jogar lava na espada, martelar, polir, jogar água e por aí vai.

Dá até para editar o formato que a lâmina final vai ter depois de todo esse processo, deixando com que o jogador consiga dar um toque ainda mais pessoal.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Tudo isso funciona muito bem quando especialmente quando você precisa de uma pausa das centenas de tentativas em cada fase e acaba buscando algo mais tranquilo para passar o tempo.

Claro que nada disso é necessariamente inédito ou nunca visto antes em algum título, mas o modo como Towa and the Guardiands of the Sacred Tree cria esses momentos mais serenos são tão bem-feitos e com tanta personalidade que chega a remeter um JRPG clássico.

Ainda tem mais um aspecto do jogo que vale a pena entrar dar um destaque e essa sim é provavelmente a ideia mais única do título até então.

Depois de cada tentativa bem-sucedida, o jogador é forçado a fazer uma das escolhas mais difíceis que eu já vi em um roguelike, para conseguir toda a mana necessária e eliminar toda corrupção do Magatsu é necessário sacrificar o seu Kagura.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Isso me pegou de tão desprevenido que mesmo depois de diversas tentativas onde minha equipe ficava conversando ao redor de uma fogueira, eu acabei ficando um pouco angustiado mesmo tento finalmente conseguido derrotar o chefe da primeira área.

Claro que isso não é necessariamente a coisa mais ‘’tranquila’’ e até possa parecer um pouco hipócrita diante do resto desse preview, mas é justamente sabendo do destino de cada um dos personagens que o jogador passa a dar mais valor para a jornada em si e não necessariamente para o destino.

É aquele antigo ditado, ‘’não espere me perder para me dar valor’’.

Com tudo isso em mente fiquei bem ansioso para o lançamento e final e as possíveis reviravoltas de Towa and the Guardians of the Sacred Tree! Mergulhei no jogo achando que ia ser algo mais simplório, com um pouquinho de charme ali e aqui, mas no final da minha estadia na vila de Shinju eu acabei saindo com a mesma sensação que tive durante o Early Access de Hades, eu preciso de mais e o mais rápido possível!

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Towa and the Guardians of the Sacred Tree será lançado em 19 de setembro para PS5, Xbox Series, Switch e PC. Este preview foi elaborado no PC com acesso fornecido pela Bandai Namco.

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