Um dos conceitos mais interessantes e curiosos entre os títulos anunciados para este ano fica por conta do vindouro Shadow Labyrinth. O novo título da Bandai Namco Studios, ambientado no universo da série Pac-Man e parte das celebrações de 45 anos da franquia, traz uma abordagem e visão completamente diferentes de tudo que já se viu em uma das séries mais tradicionais de todo o universo dos games. Até por isso, quando fomos convidados pela Bandai Namco para testarmos um pouco do título antes do seu lançamento oficial, não era uma oportunidade que poderíamos deixar passar.
Fugindo completamente do estilo tradicional da franquia e dando sequência ao universo apresentado no episódio de Pac-Man na série Secret Level do Prime Video, trata-se de um título de aventura de ação e plataforma 2D com elementos de exploração e combate que promete redefinir nossa percepção de um dos maiores ícones dos videogames. As primeiras impressões que tivemos, baseadas em cerca de 01 hora e meia de jogatina, apontam para um jogo ambicioso que traz uma visão bem distinta para o universo que ele está explorando.
Embora tenhamos visto pouco dela, deu pra sentir um gostinho da narrativa do título. Ela coloca os jogadores no distinto ano de 3333 ao lado de PUCK (uma divertida alusão ao nome original do personagem nos arcades, Puck-Man), uma figura que, embora remeta diretamente ao icônico herói amarelo comilão, assume uma identidade distinta e mais sombria. PUCK, por motivos desconhecidos ao jogador, está preso em um estranho planeta há décadas, incapaz de completar o objetivo que o levou até ali sozinho.
O jogador assume o papel então de um herói conhecido apenas como Swordsman No.8, o mais recente de uma série de “Espadachins” invocados por PUCK para auxiliá-lo. O diferencial, e um toque curioso da história, é que o Swordsman No.8 não possui boca – uma “melhoria” feita por PUCK após o Swordsman No.7 (cujos eventos são detalhados no episódio “PAC-MAN: Circle” da série Amazon Prime Secret Level) ter “falado demais”. Essa escolha de design, além de narrativa, gera uma camada intrigante para a comunicação e a personalidade do herói, cujas memórias estão nebulosas desde sua invocação.
Ao longo do que jogamos foi possível ver mais sobre os mistérios envolvidos com o título, mas sem mergulhar muito à fundo do que poderemos descobrir na versão final do título. Mas algo que fica bastante claro é que houve todo um cuidado aqui em expandir o universo e criar uma ambientação capaz de prender os jogadores, independente do grau de familiaridade que eles tenham com os jogos originais da IP.
No que tange o gameplay, os elementos centrais que definem Pac-Man estão presentes: um labirinto (agora massivo e explorável em 2D) imerso na escuridão, a necessidade de “consumir” monstros (para ganhar novos upgrades que abrirão mais do labirinto), uma ênfase na liberdade do jogador em escolher a direção e, claro, os famosos power-ups. Pode parecer demais para quem não tenha costume com um Action Platformer, mas os controles se mostraram muito acessíveis sem sacrificar a intensidade da ação na tela.
Como Swordsman No.8, os jogadores têm um arsenal variado à sua disposição. O combate principal é baseado em um sistema de três botões para combos, que pode ser combinado com habilidades ESP (consumindo um medidor vermelho que se regenera). Há também a “ACTIV Shot” e a habilidade “Devour”, que permite consumir inimigos derrotados para coletar recursos. O sistema defensivo inclui Escudo e Parry, técnicas cruciais para evitar dano e contra-atacar, com a possibilidade de “flinchar” inimigos e até quebrar escudos com explosões de ESP. É vital aprender o timing da esquiva/dash e do parry, que são fundamentais para o sucesso.
A exploração é um dos pontos mais importantes aqui. Os mapas são complexos, com rotas que nem sempre são óbvias – o caminho “para frente” pode ser para cima, para baixo ou ao redor de um obstáculo. Os jogadores precisarão estar atentos a “brilhos brancos” que indicam pontos de acesso e usar o mapa 3D com a função de zoom para localizar objetos interativos e rotas inexploradas. A habilidade de marcar o mapa é essencial para revisitar áreas inacessíveis no início.
O que traz um charme especial para a exploração é a inclusão do Mini-PUCK Mode, que funciona basicamente como a spiderball do Pac-Man (ou a Morph Ball na série Metroid). Essa forma permite ao jogador se transformar em uma bola e usar os trilhos D-Line para aumentar sua mobilidade, dando acesso a novas áreas no mapa. Além disso, há também a Transformação GAIA, uma forma de mech poderosa e temporária, imune a perigos ambientais e extremamente útil em combate, especialmente contra chefes, pois confere invulnerabilidade. A capacidade de aprimorar o Swordsman em pontos de save usando “Ora” (a moeda do jogo que lembra os Pac-Dots) e personalizar habilidades e PERKS garante que os jogadores possam adaptar o estilo de jogo às suas preferências.
No fim das contas, esse tempo que pudemos passar com Shadow Labyrinth revelaram um jogo que se esforça para ser mais do que uma simples homenagem, buscando criar uma experiência rica, com um lore aprofundado, exploração intrincada e combate dinâmico. A fusão da essência de Pac-Man com um gênero de ação e exploração 2D mais complexo é uma aposta audaciosa, mas que tem potencial para ser um dos lançamentos mais impactantes da Bandai Namco neste ano de aniversário.
A curiosidade para desvendar todos os segredos da Penumbra e o destino de PUCK e do Swordsman No.8 é imensa, mas só poderá ser sanada quando Shadow Labyrinth for lançado em 18 de julho de 2025 para PS5, Xbox Series X|S, Switch, Switch 2 e PC via Steam.