A Gamescom aconteceu em São Paulo entre 30 de Abril e 4 de Maio e tivemos a oportunidade de estar no local para conferir as novidades. O evento tem um propósito muito mais voltado aos negócios e ao desenvolvimento com várias palestras interessantes sobre ferramentas como Unreal Engine e Unity, mercado nacional e internacional e muito mais.
Consequentemente, os anúncios e prévias de novos jogos deixaram a desejar no evento. Sony não teve uma participação direta no evento. Nintendo teve um grande espaço dentro do evento, mas só trouxe jogos já lançados e absolutamente nenhum Switch 2. De forma semelhante, Microsoft também tinha um espaço dedicado a seus jogos, mas optou por trazer somente Doom 2016, Doom Eternal e o remaster de Oblivion, sem uma prévia de Doom The Dark Ages.
Apesar dessa falta de novo conteúdo pelas grandes empresas do mercado, o evento ainda teve algumas surpresas agradáveis e inesperadas:
Panorama Brasil
O espaço Panorama Brasil estava dedicado a jogos desenvolvidos por Brasileiros e tive a oportunidade de encontrar alguns títulos interessantes que, primariamente, estão sendo desenvolvidos para PC e com a possibilidade para serem portados para console caso encontrem sucesso.
Onikura
Um dos títulos mais interessantes foi Onikura um título de ação 2D com uma mecânica de parry.
O jogo é um boss rush, ou seja, há somente chefes a serem enfrentados e cada um traz um desafio considerável para o jogador. Na demo do evento, foi possível ir até o terceiro boss do título e foi impressionante notar o quão bem feito a produção do jogo é. Os visuais são bonitos, as mecânicas estão bem polidas e os padrões dos chefes são desafiadores, mas não são injustos. Certamente um título para ficar de olho.
Kriophobia
Kriophobia é um título de survival horror que remete aos Resident Evil clássicos com uma câmera fixa em seus ambientes e um combate mais lento. Na demo, inclusive, havia a opção de escolher um controle moderno ou os antigos controles tanque que muitos estão familiarizados.
A demo desse já era um pouco mais longa, mas nos permitiu ver um pouco da história, do combate e dos puzzles. A protagonista se encontra em uma base militar abandonada e que, por alguma razão, também está infestada por monstros. Nesse título, a protagonista deve tomar cuidado tanto com sua vida quanto com sua temperatura para não falecer por hipotermia.
Na demo, utilizei armas improvisadas como facas e pés de cabra e isso me lembrou um pouco os Silent Hill antigos. Os puzzles utilizavam bem dicas sutis no cenário e também colocaram cenários interessantes de puzzles e combate em conjunto. A parte terror, propriamente dita, poderia ser um pouco mais sutil, mas considerando que é um produto em desenvolvimento, há muito que pode melhorar para um eventual lançamento.
Arc System Works
A Arc System Works teve um espaço pequeno com versões novas de Double Dragon Revive e Hunter x Hunter.
Em Double Dragon Revive, a demo foi até o final da primeira fase ao invés de até metade dela como foi na BGS do ano passado. As mecânicas estão mais polidas e há mais opções de ataques utilizando o cenário do que em sua versão anterior. É certamente um jogo bacana no gênero beat them up e algo que fãs do gênero devem ficar atentos, mas francamente, no momento, não vejo o jogo se tornando um grande clássico ou algo que seja recomendado para aqueles não familiarizados com o gênero.
Hunter x Hunter, de maneira semelhante, também é uma versão bem mais polida do que já havia jogado na BGS. Os ataques conectam de maneira melhor, os assists foram mais responsivos e o jogo está mais próximo da qualidade que espera-se de um título da Arc. Sendo um jogo de luta 3×3 e com inúmeras mecânicas ofensivas, é um jogo para fãs de HxH ou de DBZ Fighters ficarem de olho.
SEGA
Por parte da SEGA, foi possível testar Demon Slayer The Hinokami Chronicles 2. Eu não conheci o primeiro título e também não conheço muito sobre Demon Slayer, mas a jogabilidade do título foi bastante divertida, relembrando os jogos Naruto Shippuden que foram produzidos nas gerações PS2 até PS4 (até porque se tratam da mesma produtora, CyberConnect 2).
O jogo trata-se de um 2vs2 em um formato arena onde a movimentação tridimensional é bem livre e rápida. Em Demon Slayer, o time compartilha uma única barra de vida e de recursos e o uso do parceiro é principalmente para escapar de ataques ou estender seus próprios combos. A movimentação também possuía uma espécie de dash rápido que também permitia uma espécie de esquiva perfeita para abrir uma oportunidade de contra-ataque.
Na demo, foi possível lutar contra a CPU em diferentes dificuldades e, nas mais altas, foram lutas particularmente intensas. É um título certamente feito com muito carinho para os fãs de Demon Slayer.
Earthion
Earthion foi o anúncio surpresa do evento. Trata-se de um shoot’em up desenvolvido pela empresa do compositor Yuzo Koshiro, conhecido por trilhas sonoras como Streets of Rage e os primeiros Ys. Earthion está sendo desenvolvido utilizando as capacidades do antigo Mega Drive e, como prova disso, foi demonstrado o jogo rodando diretamente de um cartucho de Mega Drive.
Tive a oportunidade de testar a versão para PC (também será lançado nos consoles) e, independente do saudosismo pela antiga plataforma da SEGA, é um shoot them up absolutamente excepcional. Os visuais são muito bonitos, a trilha sonora é incrível e com mecânicas bastante interessantes dentro do seu gênero. É possível coletar armas secundárias e evoluí-las conforme se obtêm cristas de inimigos derrotados. Ao receber dano, essas armas secundárias são destruídas e o escudo da nave é depletado antes de causar uma destruição da nave. Consequentemente, mesmo na dificuldade normal, trata-se de um jogo bem desafiador.
Consegui jogar na dificuldade normal, difícil e muito difícil do título e a demo ia até o segundo estágio. Em cada dificuldade, o padrão de ataques dos inimigos se alterava e em cada estágio havia uma quantidade considerável de inimigos únicos e isso tornava toda a experiência mais interessante. Esse com certeza é um título que será obrigatório para os fãs de shoot them ups, mas que também deve ser conferido por aqueles que não tem tanta afinidade com o gênero ou não o conhecem. A demo foi espetacular e tenho plena convicção que a versão final também será.