Street Fighter 6 – Impressões de M. Bison

Street Fighter 6

Street Fighter 6 foi uma das melhores surpresas de 2023. O jogo de luta da Capcom agradou muitos jogadores, trazendo um pacote redondo no lançamento, mecânicas de gameplay divertidas e viciantes, assim como um elenco inicial que agrada veteranos e novatos.

No entanto, sempre tem como melhorar e a Capcom tem feito isso no primeiro ano. Tivemos Rashid, A.K.I., Ed e Akuma e, de surpresa, o Ano 2 já começou com um lançamento bem próximo ao fim do Ano 1 com M. Bison.

Considerando que os chefes da Shadaloo de Street Fighter II não estavam presentes ainda, M. Bison é um personagem clássico que sem dúvida havia uma grande quantidade de fãs que desejavam o seu retorno. Mas a sua chegada compensou o hype em torno dele?

Street Fighter 6

M. Bison em Street Fighter 6

A história de Street Fighter sempre foi algo bem confuso. É um jogo que acontece antes e depois do outro, sem ordem numérica, e é ainda mais complicado saber qual final de personagem é canônico.

Com um modo história cinematográfico em Street Fighter V, tivemos, pela primeira vez, a certeza do que deveria ser levado em conta nele. E – spoiler – uma coisa era certa: M. Bison morreu. Ryu eliminou o vilão e, considerando que Street Fighter III não leva em conta a sua existência, era esperado que M. Bison realmente tivesse ido dessa para melhor.

Mas é um jogo de luta e como tal, ninguém morre. Sabemos que na história de Street Fighter, M. Bison sempre procurou um corpo para se hospedar através do seu Psycho Power. Há até a piada que é possível criar um game da série só com os candidatos para isso. Assim, muitos acreditavam que M. Bison retornaria, mas dentro de alguém conhecido. Mas, estranhamente, ele retornou num corpo que lembra muito o seu anterior.

Street Fighter 6
Arte conceitual com propostas de M. Bison.

World Tour e Fighting Ground

Como todos os outros DLCs de Street Fighter 6, M. Bison possui vários detalhes de sua história revelados tanto no World Tour quanto no Arcade do Fighting Ground.

Primeiramente, é preciso esclarecer que M. Bison não possui esse nome ainda. Ele é basicamente um homem perdido e sem memória.

No World Tour, após você realizar uma missão que consiste em encontrar o seu cavalo e outras mais, M. Bison finalmente aparece. Algumas coisas são explicadas, como “o que é a Shadaloo” exatamente, o que Vega e Balrog (sim, dois personagens que ainda não estão em SF6) estão fazendo da vida e como Bison encontrou o cavalo que usa. O restante não quero spoilar para quem for jogar.

Street Fighter 6

Já no Fighting Ground temos um pouco mais de informação, mas nada relevante: o corpo desse homem misterioso acorda nu no meio de um beco de Metro City. Mais tarde, ele está num laboratório da Shadaloo e encontra Juri nele, sendo que fica espantada por estar vivo. É Juri que o chama de M. Bison e o faz adotar o nome.

Street Fighter 6

Em outras palavras, apesar de uma explicação aqui e ali, não é detalhado que corpo é esse, como que acabou acordando nele e por que M. Bison está sem suas memórias. Isso é algo que somente um Street Fighter 7 deve explicar.

Mas vamos ao principal: o seu visual e gameplay.

Visual

Honestamente, Street Fighter costuma sempre oferecer várias skins, portanto se você não gosta do seu visual padrão, pode optar por outro. Infelizmente com SF6, a Capcom está demorando para lançar skins para os personagens (no ritmo atual, parece que teremos uma nova por ano). Assim, o visual padrão acaba se tornando importante.

Street Fighter 6

Pessoalmente, achei o novo visual de M. Bison muito bom. Esse capuz “de mendigo” deixa claro que é um homem que não sabe o poder que tem. Já o visual clássico de SF2 (acima) não tem erro, é o vilão que todos nós conhecemos mais uma vez.

No entanto, admito que, para mim, o melhor visual de M. Bison é o da série Alpha, assim como o de SFV, por conta de sua capa. Por algum motivo a capa deixa o personagem imponente, enquanto que sem ela fica menos. Então um visual do SF2 com a capa como easter egg (como existia no SFV) seria legal, mas entendo por não optarem.

Gameplay

M. Bison em seu gameplay é muito similar ao que esperamos, mas com algumas diferenças claras.

A principal é que sua clássica “tesoura” (Double Knee Press) é um golpe de movimento circular, ao invés de carregar. Por outro lado, o Psycho Crusher ainda é de carregar, mesclando portanto os dois tipos de comandos. O Psycho Crusher, aliás, é bastante poderoso. O motivo disso é que ele “engole” muita coisa, inclusive Supers. Já a tesoura, principalmente em sua versão EX, possibilita combar para o Backfist Combo, o qual leva à Psycho Mine.

Os jogadores de SFV estarão familiarizados com a Psycho Mine. Com o golpe chamado Backfist Combo você pode colocá-la e, após inserida, explodirá com o tempo. Bison não pode controlar quando quer que exploda, você terá que se acostumar mentalmente com isso. Mas essa Psycho Mine permite criar combos enormes e devastadores.

O famoso “pisão” (Shadow Rise) também mudou. O efeito continua basicamente o mesmo, mas você pode pisar fortemente no chão enquanto está indo em direção do oponente, assim como há uma animação especial com a versão EX.

Quanto aos Supers, também não há surpresas: o Lv. 1 é uma sequência das suas “tesouras”, o Lv. 2 lembra um Ultra de SFIV e o Lv. 3 é um Psycho Crusher que arrasta o oponente de forma humilhante.

M. Bison é um ótimo personagem e, apesar de ter sido lançado há pouco tempo, é notável que todos concordam que é forte. Provavelmente não estará no topo como Akuma, mas certamente logo abaixo. O motivo disso é que, apesar de Bison causar muito dano e ser bastante agressivo, não há muitas ferramentas defensivas. Para sair de uma pressão há basicamente nenhuma opção: não há um golpe EX invencível (como um Shoryuken) e o seus Supers são invencíveis no início, mas lentos a ponto do oponente conseguir defender. Dito isso, na pressão, Bison é obrigado a defender e esperar por uma brecha.

Conclusão

De forma geral, M. Bison é mais um ótimo personagem em Street Fighter 6. Não é difícil de masterizá-lo e seu visual está muito bacana, assim como seu gameplay, que é basicamente o clássico trazido ao novo jogo e com algumas adições que revitalizam o que já conhecemos há mais de 30 anos.


DLC analisado no PS5 com código fornecido pela Capcom.