Análises

Kao the Kangaroo: Bend the Roo’les – Review

Kao the Kangaroo foi lançado em 2022, marcando o retorno de uma mascote menos conhecida que estrelou uma trilogia do início dos anos 2000. Agora, no aniversário de um ano da volta do canguru com luvas de boxe, a Tate Multimedia lançou o DLC Bend the Roo’les, com mais conteúdo para o game.

Já analisamos o jogo base e você pode conferir aqui. Esta análise de hoje foca apenas em Bend the Roo’les, que, sendo uma expansão, precisa ser definida em comparação ao que veio antes. O título, por um lado, já deixa clara a intenção: é um trocadilho que significa “dobrar as regras”. Assim, a proposta é trazer mudanças que não haviam na base.

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As variações são exclusivamente de gameplay, trazendo cinco fases voltadas para mecânicas diferentes. Uma tem vários segmentos de corrida contra o tempo, outra coloca o jogador para trilhar por lugares escuros, uma terceira alterna um design de níveis 2.5D com rolagem lateral, entre outras ideias mais pontuais.

A quinta e última fase reúne todas as mecânicas em um desafio final, coroado por uma batalha contra o chefão. Mais do que os anteriores, esse estágio realmente exige empregar a habilidade aprendida ao longo da campanha e me fez perder todas as vidas duas vezes, levando-me a uma terceira tentativa para finalmente completar a expansão.

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Logo, Bend the Roo’les é planejado como um pós-game, mas você não precisa ter terminado a campanha principal para acessá-la, uma vez que está disponível no menu principal desde o começo e pode ser iniciado a qualquer momento. É tratado como um pedaço separado do jogo, então seu progresso não contará para as novas fases; Kao começará com três corações de vida, que podem ser aumentados para quatro ao gastar as moedas para comprar as quatro partes à venda, como de praxe.

Aqui começamos o “porém” da expansão. Mesmo introduzindo novidades na gameplay e contribuindo ao jogo como um todo, os elementos das fases vêm da campanha original, como cenários, inimigos e poderes. A exceção é o chefe final, um novo caranguejo gigante que vai deixar Kao sempre em movimento.

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Bend the Roo’les, afinal, funciona como um mundo bônus com uma fase nova de cada região, mas, com isso, deixa de seguir o padrão da ótima apresentação de Kao the Kangaroo. Algo que gostei no jogo base foi que entre cada fase há cenas de história com diálogos dublados. A trama não é profunda nem surpreendente, mas dá sentido para guiarmos o canguru lutador de uma fase à outra, o que, para mim, dá um tempero agradável e vai além das expectativas para platformers de mascote em geral.

Bend the Roo’les tem uma introdução com belas ilustrações para contar que a paz foi ameaçada novamente e repete a dose no final, para narrar que a paz foi restabelecida. Pronto, só isso. A estrutura consiste em pegar a runa da fase para desbloquear a seguinte, até chegar aos créditos.

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Com isso, vemos algumas oportunidades perdidas. Uma era criar um novo mundo de fato, pois o hub aqui é o mesmo do primeiro mundo da campanha base, a Ilha Hopalloo, onde o herói e sua família residem. Os hubs originais funcionam como fases abertas para explorar, encontrar segredos e falar com NPCs, o que deixa a desejar no DLC.

Outra foi de não colocar Kaia como personagem jogável; as ilustrações narrativas tratam a aventura no plural: Kao e sua irmã Kaia salvaram a ilha mais uma vez, mas ela só aparece nessas imagens. Bend the Roo’les também não traz trajes novos para comprar na loja, nem adiciona Fontes Eternas de desafio, perdendo a chance de ser uma expansão mais significativa.

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Eu terminei as cinco fases em cerca de duas horas, mas ainda falta encontrar colecionáveis em três delas, o que pode render mais um tempinho. No entanto, as letras K-A-O escondidas nas fases do jogo base servem para desbloquear roupas para comprar na loja e eu já disse que isso não ocorre no DLC. Dessa forma, a procura desses colecionáveis é um fim em si mesmo, por puro desejo de exploração completa, o que, convenhamos, pode ser motivação suficiente para os apreciadores de 3D plataformers.

É importante frisar que Kao the Kangaroo recebeu outros DLCs ao longo de seu primeiro ano. Quatro deles adicionam várias roupas gratuitas, como um engraçado crossover com Yooka-Laylee em que o canguru se fantasia do camaleão. O maior foi o conteúdo pago de Halloween, Oh! Well, que trouxe cinco novos poços eternos e cinco roupas temáticas (como não joguei esse, não tenho como opinar especificamente).

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Oh! Well e Bend the Roo’les foram reunidos na Anniversary Edition, que, na soma do conteúdo, certamente é a melhor escolha para quem está na dúvida entre adquirir o conjunto completo ou o jogo base. Vale ainda destacar que Kao the Kangaroo e seus DLCs não têm upgrade gratuito; as versões de PS4 e PS5 são vendidas separadamente.

DLC analisado no PS5 com código fornecido pela Tate Multimedia.

Veredito

70

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