A humanidade foi obrigada a se esconder nas cidades e atrás de muralhas, fugindo de inimigos gigantes que só podem ser derrotados com golpes letais na nuca. Pode até parecer que estamos falando do mangá/anime Shingeki no Kyojin (Attack on Titan), mas na verdade é do jogo da Iron Galaxy Studios, que tem fortes inspirações na obra japonesa.
Em Extinction, o jogador encarna Avil, um dos últimos Sentinelas que podem enfrentar os Ravanii, ogros gigantes quase imortais que podem regenerar seus membros e apenas podem ser derrotados ao serem decapitados. Enfrentando monstros de 50 metros de alturas e outros inimigos menores, Avil tem a missão de evitar a extinção da humanidade, seja enfrentando os poderosos inimigos ou descobrindo uma forma de garantir a sobrevivência a qualquer custo.
Nos primeiros minutos de jogo, Extinction parece interessante, principalmente pela inspiração já citada anteriormente. Se a ideia era se basear na movimentação rápida e na desvantagem durante o combate, mas utilizando uma nova temática, a obra poderia apresentar uma jogabilidade fluida e um combate interessante, mas infelizmente isso não acontece.
Extinction tem uma campanha dividida por capítulos e por missões dentro desses. Cada missão tem uma localização e objetivos específicos para que a mesma seja concluída, mas em todas deve-se fazer praticamente a mesma coisa para que ela não falhe. O jogador deve impedir a total destruição das cidades, seja eliminando os Ravenii antes deles derrubarem as edificações ou de matarem os cidadãos do local.
Em toda sua jornada, Avil tem a companhia de Xandra, outra Sentinela e parceira que ajuda na condução da história e também é a responsável pelos mecanismos para que as missões tenham sucesso, como os cristais necessários para resgatar os sobreviventes.
Tudo isso é praticamente o que o jogo oferece. Mate um Ravenni, elimine uma quantidade de outros inimigos, resgate alguns sobreviventes e passe pra próxima missão. Para a história avançar, os diálogos de Avil com os outros personagens acontecem apenas por textos e falas que simulam uma interação, mas de forma tão rasa que mesmo a história tendo potencial, acaba por ser jogada de lado para uma repetição de mecânicas que passam a ser exaustivas nas primeiras horas.
O combate é o maior foco do jogo e talvez o mais problemático. Enfrentar os inimigos menores é apenas um esmagar repetitivo do botão quadrado, que te dá possibilidade de dois ou três combos distintos. A luta contra os Ravenii deveria ser o ápice de qualquer missão, mas acaba se tornando algo banal e cansativo.
Para eliminar as monstruosidades gigantes, Avil deve acumular energia necessária para um golpe fatal. Energia essa que se consegue destruindo as armaduras e cortando os membros dos Ravenii, assim como resgatando civis e eliminando os inimigos menores. Junte energia suficiente e parta para o ataque final com muita frustração.
A câmera do jogo é instável e quando se usa o golpe especial para cortar os membros ela é bastante imprecisa. A mira pode estar perfeitamente posicionada sobre os pontos da armadura e dos membros mas vários golpes irão errar o alvo. Além disso, a dificuldade para escalar os gigantes ou se movimentar perto deles fica maior ainda pela falta de pontos de ancoragem do gancho que se usa para movimentar pelo ar e o próprio design dos mapas não auxilia que isso seja feito de outra forma.
Há ainda habilidades que podem ser adquiridas para incrementar o combate e movimentação, mas que se mostram apenas protocolares, com opções simples e que apenas uma ou outra vão realmente fazer diferença, como a que acelera a ativação dos cristais para o resgate dos sobreviventes.
Praticamente o jogador luta contra os próprios comandos para tentar algum sucesso, já que além de não conseguir chegar ao alvo, Avil não conseguirá acertar o mesmo, criando assim situações de frustração e desânimo, sendo que isso ocorrerá durante todo o jogo.
Além da campanha, há ainda outros modos de jogo, como horda, desafios diários específicos ou de velocidade, mas todos carregam as mesmas falhas das missões da campanha e deixam o jogador desinteressado em sequer explorar mais do que o jogo oferece.
Temos um jogo onde a diversão seria evitar a extinção da humanidade, mas que apresenta tantas falhas que seria mais fácil aceitar tal destino e não lutar contra. A história não é desenvolvida de uma maneira que se torne interessante de acompanhar, mesmo com os bons vídeos no término de cada capítulo. O design dos mapas e movimentação pelos mesmos não se dá com a liberdade que se esperava e o combate é frustrante e desinteressante.
Veredito
Apesar das boas inspirações que Extinction aparenta ter, tudo é mal utilizado e sem originalidade quando executado. A jogabilidade se mostra falha nos momentos cruciais e a história não se desenvolve o suficiente para se tornar interessante. É triste ver que um trabalho com potencial se perca em erros básicos e que não valha o preço cobrado em seu lançamento.
Jogo analisado com código fornecido pela Iron Galaxy Studios.