Resident Evil Revelations 2 – Episode 1: Penal Colony

Uma das coisas que mais se ouve falar durante a produção de um novo Resident Evil é que um dos focos do jogo é retornar às origens. Revelations, originalmente pra 3DS, foi o mais perto que a Capcom havia conseguido chegar até então, mas Resident Evil 6 falhou miseravelmente em seguir adiante tal proposta, mesmo que tenha méritos em outros campos. Era difícil acreditar que seria possível resgatar um pouco do que Resident Evil significou um dia se mesmo a melhor empreitada recente acabou evoluindo para a ação no decorrer da campanha. Mas Revelations 2 mostra que a ladainha da Capcom não foi só da boca pra fora. O piloto desse novo capítulo da franquia, disposto agora de forma episódica aos moldes de um jogo da Telltale, é um indício de que há esperança para os fãs carentes do estilo de Resident Evil 4 e seus antecessores.
 


 

Um dos motivos pelo qual essa franquia tem tantos fãs em um período de existência tão longo é justamente esse intervalo dos prelúdios da franquia até hoje. Por conta disso e de uma miríade de jogos lançados nesse tempo é que podemos ver figuras como Chris, Jill e Leon várias vezes pelos anos e acompanhar a evolução dos personagens, que envelhecem num tempo quase paralelo ao nosso. Entretanto, a quarta integrante dos protagonistas-mor da franquia, Claire Redfield, esteve sumida de novas histórias em jogos desde Code Veronica, 15 anos atrás. E resgatar a heroína, aliada ao retorno de um personagem de um passado ainda mais distante, Barry Burton, é a primeira etapa do pedido para os fãs de longa data acreditarem na série um pouco mais.

Sim, em Revelations 2 se controla mais de um protagonista, mas Claire e Barry não interagem – pelo menos não neste piloto. Ao invés disso, cada um segue com um parceiro diferente em uma campanha diferente, em sub-episódios no molde do Revelations original. Claire vem acompanhada da filha de Barry, Moira, uma novata na ONG TerraSave, enquanto Barry, da misteriosa criança Natalia. Claire e Moira acordam em uma prisão com um bracelete estranho no pulso e trabalham juntas para escapar, enquanto Barry se dirige ao local pra resgatar a filha.

E é aí que o orçamento mais limitado do título já começa a dar as caras: as duas campanhas partilham de boa parte do mesmo cenário. Cada dupla ainda tem áreas exclusivas, mas em Penal Colony, a prisão e seus inimigos pouco inspirados (apenas dois tipos aparecem na campanha de Claire, por exemplo) são repetidos. Mas mesmo com isso, o jogo pode parecer diferente de acordo com o personagem controlado. Com uma simples apertada de botão, pode-se trocar o controle entre Claire e Moira ou entre Barry e Natalia, e os acompanhantes funcionam de maneira distinta dos veteranos. Moira possui uma lanterna e consegue atordoar os inimigos, além de um pé-de-cabra para ataques físicos, já que ela não utiliza armas de fogo. Natalia, por sua vez, pode pegar tijolos no chão e arremessá-los nos inimigos, além de ter um poder de localizar inimigos à distância.
 



 

Inimigos e cenários repetitivos, entretanto, são pormenores, já que com uma duração de aproximadamente uma hora por campanha, acabam não deixando um gosto amargo duradouro. Onde Revelations 2 começa a brilhar é na jogabilidade. A campanha de Claire e de Barry simulam Resident Evil 4 e The Last of Us, e funcionam. Existe uma interação maior com os cenários do que em Resident Evil 6 ou no primeiro Revelations, por exemplo; e mesmo Barry, munido de armas poderosas desde o início, não é um representante da ação como Chris Redfield tem sido nos últimos jogos. Na verdade, a campanha de Barry deste piloto pode ser considerada a mais tensa das duas, e munição tem sido um recurso precioso. A faca também reganha sua utilidade.

Retornando do primeiro Revelations, existe aqui uma versão pouco modificada do Raid Mode. Fundamentalmente, o esquema é o mesmo: pequenas seções em que se deve atirar em inimigos para ganhar experiência e dinheiro, subir de nível e conseguir equipamentos melhores. O piloto vem com uma quantidade absurda de missões no modo, então aqueles que acharem que uma campanha principal curta não justifica o investimento no jogo nesta forma ainda incompleta, encontrarão aqui várias horas a mais, com suporte a multiplayer, mesmo que jogar em rede ainda seja uma promessa pro futuro.
 


 

Veredito

O piloto de Revelations 2 não é perfeito. Mas é cheio de boas qualidades. A auto-sátira e o humor besta estão bem melhores aqui do que com os personagens caricatos do primeiro Revelations, por exemplo. Existem idéias elegantes como colocar no Dual Shock 4 a luz do bracelete de Claire, indicativa da vida da personagem. E existe uma história intrigante com um cliffhanger interessante pra deixar todos os jogadores ansiosos para o próximo volume. E, ao contrário de outros jogos que seguem essa fórmula, dessa vez só é necessário esperar 1 semana.

Jogo analisado com código fornecido pela Capcom.


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80

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