O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro.


Entre os gigantes do parque científico e tecnológico da PUC-RS, que é sede para várias empresas de tecnologia, reside a Aquiris, o estúdio de games brasileiro que criou Horizon Chase Turbo.

À primeira vista, a Aquiris parece um grupo pequeno de empreendedores e desenvolvedores. Isso é reafirmado pelo porte de sua sede; concisa e aconchegante, com uma equipe carismática e bem integrada. No entanto, esta é apenas a ponta do iceberg. A empresa, no mercado há mais de 11 anos, divide-se em dois locais, com boa parte de sua equipe de desenvolvimento alocada em um segundo escritório. No total, são quase 80 funcionários.

Assista ao vídeo no topo do post, criado durante uma recente visita à Aquiris em Porto Alegre, e nos acompanhe em nossas aventuras pelo estúdio.

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A história da Aquiris

A Aquiris começa em 2007, em um pequeno apartamento em Porto Alegre. Três sócios juntaram-se para um novo projeto, e apesar de serem todos gamers, o foco inicial não era este. Amilton Diesel, Diretor de Arte Técnico e um dos sócios fundadores, nos contou como foi o começo da empresa. “Nós não tínhamos a intenção de trabalhar com jogos. Éramos profissionais que tinham experiência no mercado de prestação de serviços em 3D, e queríamos fazer alguma coisa relacionada com tecnologia e realidade virtual”.

Este foco em tecnologia 3D e realidade virtual, de início, gerou frutos em um outro mercado. “Começamos a fazer realidade virtual em um tempo em que nem existia uma definição clara do que ela significava. Na época, chamávamos nossas criações em realidade virtual de produtos 3D interativos” complementa Israel Mendes, Diretor de Marketing e Comunicações e outro fundador inicial da Aquiris. “Nossas criações eram produtos 3D em que as pessoas podiam navegar; ambientes, empreendimentos, automóveis, aeronaves. Nós fazíamos estes produtos e os vendíamos em um mercado distante. Mas a tecnologia que usávamos era exatamente a mesma dos games”.

Marcas de diversos tipos passaram a contratar a empresa para criar produtos interativos, especialmente no mercado publicitário. No entanto, transformações no mercado levaram a empresa a caminhar em direção ao mercado de games.

“Começamos a fazer jogos atrelados à marcas, os chamados ‘Advergames’. Ficamos 4 anos neste mercado”, explica Israel. “Usávamos ferramentas do mercado de jogos para criar soluções para as empresas que nos contratavam. Isso foi super novidade na época, e éramos uma das únicas empresas que faziam isso no Brasil. Recebemos muitos contratos na época, o que nos alavancou e nos deu a oportunidade de aprender a fazer jogos de forma financiada”.

A mudança para um modelo de criação de jogos proprietários foi o próximo passo do processo evolutivo da empresa. “Nos períodos anteriores da empresa, estávamos falando em prestação de serviços. Fazíamos jogos para outras empresas. Agora, a Aquiris vende seus próprios jogos no mercado”, finaliza Israel.

Sandro ManfrediniIsrael MendesAmilton Diesel

Da esquerda para a direita: Sandro Manfredini, Diretor Comercial, Israel Mendes, Diretor de Marketing e Comunicações e Amilton Diesel, Diretor Técnico e de Arte

O mercado brasileiro

O Brasil tem um mercado de tecnologia nascente. Curiosos sobre o percurso da Aquiris por aqui, perguntamos aos sócios se estar no Brasil ofereceu desafios ou facilidades ao processo evolutivo da empresa.

“Tivemos alguns desafios, em especial porque o mercado brasileiro de games ainda não é super desenvolvido. Obviamente não somos um berço nativo desta indústria, como o Japão e os Estados Unidos, e isso traz dificuldades para encontrar profissionais capacitados e fazer networking com a indústria”, explica Sandro Manfredini, Diretor Comercial da Aquiris. “Por um outro lado, nós somos um povo que bebeu de muitas fontes no ponto de vista cultural, e esse mix todo de raízes nos dá uma capacidade muito maior de colocar jogos no mercado que tenham apelo global”.

Israel conta um pouco mais sobre as vantagens de ser um dos pioneiros em um mercado crescente. “Começar uma empresa de jogos no mercado brasileiro foi um desafio muito grande, mas também foi uma oportunidade enorme, pois não havia ninguém fazendo o que fazíamos com a qualidade que conseguíamos alcançar”.

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Horizon Chase Turbo

Os conceitos de jogos da Aquiris são escolhidos de forma muito pragmática. Estudos, números de mercado, provas de conceito, todos são termos constantemente usados pelos sócios para explicar o processo de seleção de um novo projeto.

Horizon Chase Turbo, no entanto, traz uma história um pouco mais cheia de nuances. Amilton nos conta que o jogo surge como um aprendizado interno: “nós víamos a necessidade dentro do estúdio de ter um projeto próprio. A gente precisava explorar novas plataformas, trabalhávamos sempre com parceiros, mas faltava a experiência de desenvolver algo por conta própria”.

Israel, no entanto, explica como as experiências e gostos pessoais dos membros da equipe fortaleceram o conceito que tinham em mãos. “Tínhamos a intenção de fazer um jogo que remetesse aos jogos de corrida dos anos 80 e 90. Fizemos uma prova de conceito, e concluímos que este era o jogo que todos nós gostaríamos de fazer, pois todos fomos públicos deste jogo quando éramos mais jovens”.

Para Sandro, o jogo é a culminação de um princípio bem simples que a empresa segue. “A parte de design de games é uma das fortalezas da Aquiris. Diversão no jogo, para nós, é a parte mais importante. Tudo em volta vira acessório quando o jogo é divertido. E é nesse sentimento que Horizon Chase Turbo se fundamenta.”

E realmente, se há um sentimento que Horizon Chase Turbo invoca de forma brilhante é a diversão de jogar e competir com amigos no mesmo sofá.

Horizon Chase Turbo

Horizon Chase Turbo já está disponível nas lojas e na PS Store. Caso queira saber mais sobre o jogo e sobre a Aquiris, é só ficar ligado na página oficial. Nos vemos nas pistas!

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