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Red Dead Redemption

O que poderia se esperar de um jogo baseado na engine do elogiadíssimo Grand Theft Auto IV e produzido pela grande mãe dos jogos no estilo sand-box (mundo aberto) Rockstar Games? Red Dead Redemption, sucessor (embora apenas espiritual) de Red Dead Revolver é uma daquelas gratas surpresas que aparecem de vez em quando no mundo dos games e nos fazem ficar de queixos caídos.

Você está na pele de John Marston, um ex-criminoso que resolveu deixar seu passado para trás e começar do zero, montando o seu pequeno rancho e constituindo família. O problema começa quando os US Marshalls (o FBI dos EUA no início do século XX) decidem que você é a melhor pessoa para capturar alguns criminosos que faziam parte do seu bando e para te forçarem a cumprir esta tarefa, seqüestram a sua família, prometendo devolvê-la apenas quando você obtiver sucesso.

Como um parente próximo de GTA, todas as qualidades da última versão deste jogo lançada pela Rockstar estão presentes. A jogabilidade é muito bem resolvida, a movimentação é excelente, os tiroteios são divertidíssimos e convincentes, os mapas e as missões são absurdamente grandes e variados.

Mas Red Dead Redemption não é um simples clone de GTA. Todo o ambiente do jogo é único o suficiente para cativar o jogador do início ao fim, de uma forma totalmente autêntica. Como você está em uma fronteira fictícia entre os EUA e o México, e no início do século XX, tudo é moldado de forma a fazer você acreditar em tal fato. O jogo é um retrato histórico do oeste da América e norte do México daquele período, sem deixar de levar em conta os aspectos fictícios que aprendemos a admirar nos filmes do velho oeste, mas sem levar este aspecto para um lado caricato.

 

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A verdade é que a quantidade de coisas para se fazer no jogo é tão grande que o jogador não deve se espantar se acabar jogando por mais tempo do que se joga em muitos RPGs. A missão principal é bastante grande, se mostrando bastante cativante (e principalmente comovente, quem jogar vai entender), contando com diversas sub-missões das mais variadas (de transportar alguém de um ponto a outro a invadir um forte fortemente guardado, passando por corridas de cavalos e charretes a até demonstrar suas habilidades "fornecidas" por um tônico vendido por um velho charlatão). Os jogadores de GTA IV se sentirão em casa.

Além disso, existem dezenas de side-missions com começo, meio e fim bem definidos, que acrescentam à história principal e não parecem ter sido aleatoriamente jogadas no enredo. E além destas side-missions, existem diversas situações aleatórias que podem acontecer a qualquer momento. Veja bem, como o mapa é absurdamente grande e as cidades são bastante diminutas, em um primeiro momento tem-se a impressão de que possa faltar "vida" no mundo do jogo. Mas aspectos como estas missões aleatórias mostram como estamos exatamente diante do contrário. Quando você vê que uma dama em meio a uma estrada pedindo carona pode ser apenas uma emboscada para você ser roubado por um grupo de ladrões, que você pode ajudar um desconhecido a salvar sua mulher que foi seqüestrada, que pode ajudar um policial a recuperar presos que fugiram de uma carroça, ou alguma das várias outras situações possíveis, você tem certeza de que está diante de um mundo vivo e variado na medida certa.

Além disso, a liberdade do jogo está garantida nas ações que o jogador pode tomar. O jogador pode escolher ser um bom homem e ajudar os necessitados, evitar matar inocentes e sempre ajudar a polícia, mas pode também decidir ser um criminoso, roubando inocentes, amarrando moças indefesas e as soltando no trilho de um trem e por tal motivo sendo perseguido pela polícia e por caçadores de recompensas. Apenas tenha em mente que tais ações influenciam um medidor de honra que modifica a forma como você é visto no jogo e a interação com outros NPCs, embora sem fazer nenhuma diferença na história principal.

 

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Trata-se também de um jogo bastante violento. Execuções e matança injustificada são itens constantes. Trata-se de um jogo absurdamente adulto (mesmo que sem pornografia, a exceção de uma única cena bem avançada na história, que até causa estranheza pela forma de surpresa em que é inserida). Como alento a toda esta violência estão presentes diversas atividades descontextualizadas ao enredo, como os variados tipos de jogos que podemos jogar em cassinos ou contra pessoas na rua, como poker, blackjack, queda de braço e 5 dedos (aquele velho jogo onde utilizamos uma faca para acertar entre os dedos da mão estendida em uma mesa, aumentando a velocidade progressivamente).

Há de se atentar também para o fato de que grande parte do jogo é ambientada no lombo de um cavalo, o que é uma benção e uma maldição. A execução é simplesmente perfeita. Os detalhes dos cavalos, a forma de cavalgada, a captura de outros animais ou pessoas utilizando-se de um laço em sua montaria (ação que também pode ser realizada quando a pé), o ato de domar um cavalo selvagem visando domesticá-lo e todos os outros fatores que envolvem os cavalos são absurdamente bons, até indescritíveis. Entretanto, a quantidade de tempo que você passa cavalgando de uma cidade a outra que às vezes pode ficar a quilômetros de distância chega a desanimar. Embora nunca seja monótona (principalmente devido às missões aleatórias já citadas), esta atividade é por vezes cansativa, mesmo que bem contextualizada com a história do jogo.

Os combates e tiroteios são absolutamente intuitivos para os já acostumados com GTA. A trava de mira sofreu uma melhora que torna o ato de atirar em inimigos muito mais fácil. O modo DeadEye (uma espécie de Bullet Time) original de Red Dead Revolver está reproduzido, de forma que só adiciona diversão ao jogo, principalmente nos combates 1 a 1, para mostrar quem é o gatilho mais rápido. A execução destas disputas seria muito comprometida sem a adição deste modo.

 

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Graficamente Red Dead Redemption é um verdadeiro primor (mesmo rodando a apenas 640p no PS3). Nunca um ambiente externo foi tão bem representado como o deserto pelo qual cavalgamos neste jogo. O relevo, as montanhas, a vegetação, tudo te faz sentir como se você estivesse lá. O clima é a cereja do bolo. Experimente cavalgar em direção ao sol durante uma manhã, quando o sol está nascendo. Você ficará tão ofuscado quanto deslumbrado. O único destaque negativo vai para alguns bugs como personagens trocados ou invisíveis, e problemas de colisão fazendo com que seu cavalo ou outros NPCs sejam de repente atirados aos céus ou aparecendo em cima de prédios ou morros. Nada que estrague a experiência como um todo, no entanto.

Os mesmos elogios podem ser feitos ao som. A qualidade que poderíamos esperar de variação sonora de um mundo aberto está lá, como animais ao longe e diálogos variados. Até o som do vento quando está tudo em silêncio impressiona. E quando atentamos para o nível da narração de Red Dead Redemption, principalmente de seu protagonista, ficamos pasmos. A narração de John Marston (realizada por Rob Wiethoff) é uma das melhores de todos os tempos nos videogames. A Rockstar não poderia ter sido mais feliz nesta escolha.

 

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E como se já não bastassem as cerca de 20 horas que você vai gastar com o modo single-player (isso se focar-se apenas nas missões principais), Red Dead Redemption ainda oferece um modo multiplayer de altíssima qualidade. Seu hub principal é o modo Free Roam, onde até 16 jogadores simultâneos tem total liberdade de ação. Quer criar o caos e sair matando NPCs e outros jogadores até que sua cabeça seja colocada a prêmio e você vire o alvo de todos os outros jogadores? Fique a vontade. Quer se juntar em grupo com outros jogadores para atacar covis de NPCs bandidos no mapa? A escolha é sua. Quer participar de disputas mais clássicas em modos como Capture the Flag (com bolsas de dinheiro) ou Team Deathmatch? Sem problemas. Enfim, a quantidade de conteúdo parece ir muito mais além do que você vai conseguir explorar em vários meses de jogatina.

O fato é que Red Dead Redemption é um jogo tão rico que não importa o quanto se escreva: a análise não vai fazer jus a sua qualidade. Alguns bugs e a quantidade de tempo que passamos sobre os cavalos são aspectos negativos, mas que não são capazes de tirar o brilho que é todo o resto do jogo. A qualidade gráfica (mesmo rodando em resolução mais baixa do normal) é indiscutível, e o modo online muitíssimo bem resolvido só adiciona a uma recomendação absoluta. Aproveite cada minuto. Você estará diante de uma obra prima.

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