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[PSN] Batman: The Telltale Series – Episódio 1: Reino das Sombras

Telltale Games, famosa por trazer franquias populares como The Walking Dead e Game of Thrones ao mundo dos games, tem agora o desafio de criar sua própria versão de um dos super-heróis mais antigos, icônicos e queridos de todos os tempos. Batman: The Telltale Series é a nova série episódica da desenvolvedora, contando uma história inédita do homem-morcego com o cuidado de não trair as raízes desse personagem tão amado pelos fãs de quadrinhos.

O primeiro episódio, intitulado Reino das Sombras, se inicia em uma intensa cena de ação em que o morcego interrompe um assalto a banco feito por criminosos mascarados e armados. Ao mesmo tempo em que a porradaria acontece, a história é entrecortada em um momento no futuro, com Bruce conversando com Alfred e escolhendo bem suas palavras na hora de justificar as cicatrizes feitas naquela noite. Dali em diante, as mecânicas do jogo são apresentadas e o tom da história é estabelecido, e é também a partir dessa ambivalência entre Bruce e Batman que o jogo apresenta o que tem de melhor.


Essa dicotomia entre a vida de milionário e filantropo de Bruce Wayne e a de cavaleiro das trevas do Batman são bem exploradas neste primeiro capítulo, sendo a parte de Bruce a com maior duração, especialmente no meio do episódio, mostrando suas ações e investigações que irão levá-lo para a ação do terceiro ato. O Batman desta versão ainda é jovem e um tanto quanto inexperiente, com momentos e personagens icônicos que ainda passarão por sua vida. Não há um Robin, há poucos super vilões mencionados e Jim Gordon ainda não é o famoso comissário de Gotham City. Será interessante se, ao longo dos capítulos da série, tais eventos familiares ocorrerem e quais deles serão alterados exclusivamente para esta nova interpretação do universo do morcego.

Quem já jogou algum game da Telltale estará bem familiarizado com as mecânicas de escolha nos diálogos, exploração nos cenários e, na hora da ação, o básico QTE implementado. Tal elemento não traz nenhum desafio necessariamente, estando ali apenas para manter certa urgência nas cenas, porém, não as torna mais emocionantes ou intensas para quem já é familiarizado com o estilo. Há também o modo detetive que Batman usa para investigar cenas de crimes e situações de risco. Com o analógico sendo usado como marcador, o jogador terá que não só analisar as evidências, mas combiná-las entre si para que o mistério seja resolvido. Em um momento em particular, esse sistema é usado para analisar quais objetos o morcego poderá utilizar para imobilizar alguns mafiosos, trazendo um elemento muito interessante e pouco explorado em outros games. Será interessante ver esse elemento ser mais bem desenvolvido nos capítulos futuros.


Mas talvez uma das grandes novidades à fórmula Telltale de fazer seus jogos não venha exatamente das mecânicas em si, mas de como a experiência é vivida por outros espectadores. Através do Crowd Play, o jogador cria uma espécie de plateia virtual que pode escolher as ações feitas pelo jogador da partida, investindo na natureza da dinâmica de múltiplas escolhas que os adventures da empresa oferecem.

Por se tratar de um personagem já estabelecido, ao contrário de outros games do gênero, em que as ações boas e ruins são bem distintas e alteram significativamente o caráter do personagem controlado, aqui as escolhas são bem mais leves e tentam levar em conta a moral e o que já foi estabelecido do personagem em outras mídias.


Os gráficos não tem uma adaptação especifica de nenhuma outra série, filme ou quadrinho, dando sua própria interpretação para velhos conhecidos como Alfred e Harvey Dent. Apesar de polido, o visual é serrilhado, com texturas planas e simplistas que ficam devendo, além da movimentação e ação dos personagens parecerem duras e travadas em alguns momentos, especialmente em partes de exploração dos cenários. Com a famigerada engine usada em todos os seus jogos, a Telltale mais uma vez apresenta uma taxa de quadros instável nas cenas mais frenéticas e bugs em algumas interfaces. Assim, o jogo talvez não tenha a melhor ação, gráficos ou trilha sonora que um jogo do homem-morcego já teve, mas definitivamente é um dos que o jogador irá se sentir mais imerso na psique e nas motivações de Batman.

A dublagem também não faz feio e apresenta um dos melhores castings de dubladores que o game poderia ter. Com nomes como Troy Baker (Joel de TLoU, Sam de Uncharted 4, entre muitos outros) como Bruce Wayne/Batman, Laura Bailey (Fetch de Infamous: Second Son, Rise de Persona 4, etc) como Selina Kyle e Richard McGonagle (o eterno Sully de Uncharted) como Carmine Falcone, não deixam a desejar e entregam a personalidade necessária para seus respectivos personagens.

Veredito

Com a intenção de ser uma grande homenagem aos mais de 75 anos de história do personagem, a Telltale inicia com o pé direito uma aventura potencialmente interessante e que combina os melhores elementos do herói. Passando a sensação de que fará jus aos bons quadrinhos do super-herói, adicionando à formula mecânicas de escolha que já se tornaram especialidade da desenvolvedora e tornam a experiência mais imersiva, apesar dos problemas conhecidos da engine usada pela empresa e os gráficos um pouco antiquados.

O jogador finalmente pode se tornar não só Batman, mas o homem que está por trás da máscara: Bruce Wayne, e entender suas motivações. Em um episódio recheado de bons diálogos e personagens interessantes, e oferecendo um cliffhanger cativante o suficiente para o jogador pedir pelo resto da temporada. Resta saber se a aventura completa será tão gratificante quanto as melhores histórias do cavaleiro das trevas.

Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.


 

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78

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