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Drakengard 3

Drakengard 3 é difícil de se definir e é ainda mais difícil definir a que público se deve recomendar. Cruamente falando, Drakengard 3 possui uma história com personagens e momentos memoráveis, uma jogabilidade simples e uma trilha sonora espetacular. Exceto pela trilha sonora, nada do jogo deveria se destacar em relação a outros jogos, mas o conjunto total da obra faz com que ele seja, ao mesmo tempo, mais e menos do que a soma de suas partes. É realmente confuso.

O jogo foi produzido pela Access Games com alguns membros da Cavia, produtora dos Drakengard anteriores. O último jogo produzido pela Cavia foi Nier, um RPG que conseguiu um status cult por sua história e trilha sonora incríveis. Nier é uma continuação de um dos finais do Drakengard original, portanto, era considerado como uma espécie de Drakengard 3 até então.

Essa pequena menção a Nier é simplesmente porque ambos possuem muitas similaridades além do pessoal que produziu o jogo: suas trilhas sonoras são incríveis, ambos têm histórias que surpreendem o jogador das maneiras mais inesperadas possíveis e ambos têm sua miríade de problemas que irá afastar parte do público. Pode-se dizer que Drakengard 3 é mais similar a Nier do que a seus predecessores.

A história do jogo é um prólogo para o Drakengard original (portanto, não há a necessidade de se jogar os anteriores) e conta a jornada de Zero, que tem como objetivo matar suas cinco irmãs. Cada irmã possui o chamado “poder da música” e através dele trouxeram paz e estabilidade para um mundo que vivia em guerra. Desde então, cada uma governa cada continente do mundo e Zero é vista como uma irmã demoníaca que deseja destruir o mundo assassinando suas queridas irmãs. A história e motivações por trás do objetivo de Zero são explicadas no jogo e fornecer mais detalhes que isso seria arriscar spoilers.

A história tem seus momentos cômicos, estúpidos, sérios, trágicos e “o que raios está acontecendo”. O próprio jogo faz piadas com sua própria absurdidade, em seguida, choca com seu lado trágico, para então terminar me deixando confuso e cogitando sobre o que acabei de presenciar. Um turbilhão de emoções e confusão resumem bem a experiência, com um destaque especial para o grupo de seres insanos que protagonizam o jogo e que deixam impressões bem memoráveis por bem ou por mal. Vale notar que o jogo está lotado de comentários sexuais e violentos, portanto, o conteúdo exagerado pode acabar incomodando algumas pessoas.

Drakengard 3 é um beat-them-up extremamente simples, mas satisfatório. Existem vários tipos de inimigos e alguns necessitam estratégias diferentes para serem derrotados. Porém, eles logo se tornam cada vez mais comuns e a dificuldade aumenta com tipos mais fortes e grupos mais bem elaborados. Conforme se avança no jogo, será possível trocar de armas instantaneamente e evoluí-las para aprender novos ataques. Essa constante evolução evitou que o jogo ficasse extremamente repetitivo e tedioso.

Existem algumas fases onde é possível controlar o dragão Mikhail, porém, ao contrário dos Drakengard anteriores, não é possível escolher livremente quando controlá-lo: é possível utilizá-lo em algumas poucas fases, estágios on-rails e em chefes.

Infelizmente, Drakengard 3 tem uma série de problemas técnicos. Obviamente o jogo foi produzido com baixo orçamento e somente os modelos de alguns personagens e as animações em CG impressionam de sua parte técnica. Dos problemas, apenas screen tearing e quedas constantes de framerate me incomodaram a ponto de serem mencionáveis. A queda de framerate é particularmente comum em cenas mais caóticas, mas não chega a torná-lo um slideshow (por pouco).

Um dos maiores destaques do jogo é sua excelente trilha sonora e é definitivamente uma das melhores que ouço em muito tempo. Produzido pela MONACA, mesma produtora da trilha sonora de Nier, Drakengard 3 possui músicas mais agitadas e rápidas se comparadas com as de Nier e mesmo as mais calmas são bastante distintas e utilizam uma variedade impressionante de instrumentos. Recomendo que procurem por músicas como Leap Wishes/ Raphel e This Silence Is Mine caso desejem ter uma ideia de como é a trilha sonora.

Veredito

Finalizando, Drakengard 3 é um jogo difícil de determinar a qual público se recomendar. O jogo não se destaca na jogabilidade e possui uma série de problemas técnicos que irá afastar alguns jogadores. A história é um dos maiores atrativos, com sua insanidade e reviravoltas inesperadas, mas seu exagerado conteúdo sexual e violento irá afastar parte do público. A trilha sonora é efetivamente o que pode ser recomendado para qualquer um e é uma das melhores que já tive o prazer de escutar. Drakengard 3 é um jogo que sabe muito bem sua identidade e nunca se desvincula disso, não importando o quão absurdo e insano tudo seja. Alguns irão apreciar essa experiência pura enquanto outros irão simplesmente ignorá-la por não gostarem ou não concordarem com seu conteúdo.

Jogo analisado com cópia digital fornecida pela Square Enix.

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Veredito

70

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