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Blue Reflection

Blue Reflection é um RPG sobre meninas mágicas (pense Sakura Card Captors ou Sailor Moon) que precisam lutar para repelir criaturas monstruosas que tentam destruir o mundo. A premissa básica já é um clichê antigo, no entanto, é na forma com que ele é desenvolvido que separa obras de destaque no gênero das demais. A companhia Gust conseguiu com Blue Reflection criar uma história, contexto e personagens que os jogadores irão se simpatizar mesmo que tenham que suportar algumas partes tediosas para isso.

A história é centrada na estudante Hinako Shirai, uma bailarina profissional que teve sua carreira interrompida permanentemente devido a uma ferida em seu pé que a impede de dançar. Deprimida por não conseguir mais dançar balé, Hinako tenta retornar a uma vida normal na escola feminina Hoshinomiya, mas sem conseguir imaginar um futuro para si sem o balé que tanto amava.

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De maneira bastante repentina, Hinako descobre o "Common", um mundo composto pelo subconsciente da humanidade e influenciado pelas emoções de pessoas individuais. Nesse mundo, Hinako assume sua forma de refletora (menina mágica), sendo capaz de se movimentar de forma super-humana e também se torna capaz de lutar contra os vários demônios que habitam o lugar.

Lime e Yuzu, duas refletoras já familiarizadas com o Common, explicam que o dever de uma refletora é derrotar os Sephirot, criaturas que tentam destruir a escola Hoshinomiya e o mundo. Em troca de derrotar todos os Sephirot, é realizado um desejo qualquer da refletora e Hinako vê com isso uma oportunidade de curar o ferimento em seu pé e retornar ao balé profissional.

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Os Sephirot são criaturas com bastante poder, sendo necessário que Hinako, Yuzu e Lime tornem-se mais fortes para enfrentá-los. O poder de uma refletora vem de uma energia ligada ao emocional do ser humano, principalmente de fragmentos sólidos de emoção que aparecem no "Common" quando o emocional de uma pessoa se torna muito instável ou perturbado. O "Common" é afetado por emoções individuais, portanto, ele assume diferentes visuais baseado nas emoções de felicidade, raiva, medo e tristeza.

Essa tematização do "Common" é contextualmente e conceitualmente interessante, mas também significa que o jogador irá explorar áreas com o mesmo visual várias e várias vezes e com pouca variedade em seu layout. Essa repetição também se aplica aos demônios comuns enfrentados, com repetição de modelos e variação de cores, e passa a impressão de que Blue Reflection foi um título com um orçamento pequeno mesmo para os padrões da Gust.

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Durante o período escolar, Hinako irá conhecer e ajudar outras garotas com seus problemas emocionais que a levarão ao "Common" e à obtenção de fragmentos emocionais bastante poderosos. Hinako também pode optar por conhecer melhor várias garotas, sendo que eventualmente as mesmas dão a ela suporte emocional e até mesmo em batalha, tornando a relação das personagens mais natural, profunda e acreditável. Hinako, principalmente, é uma excelente personagem, que tem suas preocupações, erros, atitudes e maneirismos que contribuem para que os jogadores se interessem em sua história.

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O ritmo do jogo, portanto, é composto por capítulos em que se ajuda uma garota específica que é importante para a história, alguns períodos livres que podem ser utilizados para conhecer melhor cada personagem e ajudar outras pessoas menos importantes, e as batalhas contra os Sephirot. Não há muitas surpresas nesse ritmo e Blue Reflection é um jogo sincero, caso o jogador não se interesse até enfrentar o primeiro Sephirot, o jogo também não irá apresentar nada novo que possa mudar sua opinião.

O sistema de batalha é por turnos, com alguns poucos elementos em tempo real que vão sendo liberados conforme se avança na história. A dinâmica de batalha é inteligente, sendo necessário usar corretamente as magias de cada refletora enquanto se mantém um uso consciente dos recursos de magia e de Ether. Ether é uma energia especial demonstrada por uma porcentagem no canto inferior esquerdo da tela e pode ser utilizado pela equipe para realizar ações consecutivas ou usar os elementos em tempo real do sistema de batalha como, por exemplo, cura, adiantar turnos ou defesa.

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Todas as outras magias utilizadas pelas refletoras consomem MP e, felizmente, a vida e o MP se recarregam automaticamente depois de cada batalha. Cada magia usualmente tem um efeito extra como acertar múltiplos inimigos, atrasar o turno, diminuir o ataque, defesa e/ou velocidade e muito mais. É possível equipar os fragmentos obtidos em habilidades para melhorá-las ou adicionar novos efeitos. Como o sistema de batalha é basicamente dependente de Ether e MP, existe também um comando de batalha que recarrega ambos, mas deixa sua personagem vulnerável por um tempo.

Infelizmente, há uma baixa variedade de inimigos, que são divididos em diferentes categorias e pela cor. A batalha contra inimigos normais não dá experiência, já que todo o crescimento das personagens está atrelado a quantas pessoas elas ajudam, no entanto, derrotar demônios é muitas vezes requerimento de várias partes na história e também a única forma de se obter alguns itens especiais que podem ser utilizados para melhorar os fragmentos. A dinâmica do sistema de batalha é excelente depois que todos os sistemas estão liberados e suas personagens têm mais que os ataques básicos, no entanto, o equilíbrio do jogo é um tanto quanto piedoso demais, mesmo na dificuldade mais alta, o que torna algumas batalhas comuns chatas e até mesmo demoradas por causa de todas as animações em cada ataque.

Conforme mencionei anteriormente, é notável que Blue Reflection teve um orçamento não muito generoso e, sendo também um título de Vita, a parte gráfica impressiona mais pelo design artístico de algumas áreas e criaturas do que pela capacidade técnica. Em especial, o design dos Sephirot é incrível, sendo alguns dos melhores designs de inimigos dentro dos muitos RPGs que já joguei esse ano.

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Outro destaque do título está na OST, que é simplesmente incrível, algo já comum à produtora Gust. No entanto, a trilha sonora em Blue Reflection utiliza piano, violino, techno e até dubstep em suas composições, trazendo algo drasticamente diferente de outros títulos da produtora como a série Atelier e Nights of Azure. A trilha sonora também complementa muito bem as batalhas contra os Sephirot e até mesmo os momentos mais melancólicos dentro da história.

Veredito

Blue Reflection foi um título que me surpreendeu muito além do que eu esperava inicialmente. Acompanhar Hinako em sua jornada para retornar ao balé fez com que eu honestamente me interessasse por sua história e a dos personagens que a acompanham. O sistema de batalha também eventualmente tornou-se melhor, conforme novas mecânicas foram adicionadas, mesmo que o desafio nem sempre correspondesse a isso. No geral, Blue Reflection é um ótimo RPG, mas que requer bastante paciência do jogador para que possa lentamente mostrar tudo o que faz dele um título especial.

Jogo analisado com código fornecido pela Koei Tecmo.

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Veredito

85

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Veredict

Blue Reflection surprised me much more than I initially expected. Accompaning Hinako in her journey back to ballet got me interested in her story and in all the characters that support her. The battle system became more interesting with new mechanics that were added, even if the challenge never made those additions necessary. Blue Reflection is a great RPG, but one that requires a lot of patience from the player, so that it can slowly show everything that makes this game so special.