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Batman: Arkham VR

Não há experiência melhor do que ter seu primeiro contato com realidade virtual sendo o Batman. Iniciar o jogo da sacada do prédio da polícia de Gotham, em uma noite chuvosa, tendo a sua frente a visão da cidade, abaixo de você toda movimentação de carros e acima o tão conhecido Bat-Sinal, faz você se sentir realmente presente na cena. A percepção de escala e profundidade é incrível.

Batman: Arkham VR, exclusivo para Playstation VR, traz uma campanha curta, mas que vale a pena. A Rocksteady soube explorar bem as características novas que a realidade virtual possibilita por meio de uma história do Homem Morcego com um viés mais investigativo, em que é necessário analisar, interagir e explorar o ambiente de diferentes modos, enquanto procura descobrir o paradeiro do Robin e do Asa Noturna. Diferente dos outros títulos Arkham, não espere neste por muitos momentos de ação: seus punhos serão necessários mais para utilizar seus bat-acessórios do que socar capangas.


A movimentação do jogo é um pouco limitada. Não há um botão para se locomover pelo cenário, mas sim um botão que te transporta para pontos específicos. No entanto, é possível andar fisicamente para ver o ambiente em que você se encontra de diferentes ângulos, desde que esteja dentro do campo de visão da PS Camera. Acaba sendo uma sensação nova e bem divertida poder dar a volta, aproximar-se ou distanciar-se de objetos, além de olhá-los por cima ou por baixo, com o PS VR te acompanhando e respondendo de maneira bem competente. Vale lembrar que essa sensação, infelizmente, é impossível de ser reproduzida em vídeo, sendo que você só vai ter a experiência real jogando no PS VR.

Além de seus punhos, três acessórios te acompanham durante todo o jogo para investigação e resolução de quebra-cabeças: o batarangue, o arpéu e uma arma para exame de objetos, todos acoplados em seu cinto – que realmente parece estar em sua cintura. Por causa dessa disposição de objetos, a melhor experiência é obtida utilizando dois PS Move, porém, também é possível jogar com apenas um (mas de uma maneira bem desajeitada) ou com o Dualshock.


Os quebra-cabeças são bem bolados para que você utilize o que o jogo oferece e brinque com o espaço tridimensional possibilitado pela realidade virtual. É divertido aproximar a mão para pegar objetos ou abrir portas e ter a sensação de que você realmente executou aquela ação. Um dos quebra-cabeças que eu mais gostei foi um em que você precisa reconstruir um objeto quebrado em várias partes. É possível pegar essas partes, girá-las de várias maneiras para encaixá-las, colocá-las mais perto ou mais longe; passa realmente a impressão de que você está segurando e manipulando estes objetos.

Toda essa interação, quando utilizado o PS Move, no entanto, não é totalmente satisfatória ou 100% precisa. Há uma limitação imposta pela PS Camera de que é necessário “enxergar” o PS Move, isto é, conforme você gira fisicamente pelo ambiente ou dependendo do ângulo em que você movimenta o controle, caso a bola do PS Move fique obstruída, a PS Camera não a reconhece e sua mão desaparece ou executa movimentos bizarros. Há casos também em que a mão fica desengonçada, tremendo, ou a imagem se desloca na tela do PS VR.


Outro problema de imprecisão ocorreu quando joguei por muito tempo. Como há essa liberdade de caminhar fisicamente pela cena e olhar em volta por todos os ângulos, você começa a girar muito e acaba perdendo a noção de espaço físico, podendo se encontrar do lado totalmente oposto ao que começou. A câmera por vezes pode não acompanhar tantas mudanças e tende a perder a calibração. Mesmo assim, no geral, ainda é uma boa experiência, com bastante espaço para melhorias conforme a tecnologia avance.

Apesar de uma campanha curta (cerca de 1 hora se for direto ao ponto), existe bastante coisa a se fazer no jogo, caso deseje explorá-lo. Cada cenário guarda alguns segredos e quebra-cabeças opcionais, além dos sempre presentes “desafios do Charada”, que surgem após finalizar o jogo pela primeira vez, e que prologam um pouco mais a vida do jogo. A Batcaverna, por exemplo, é um dos cenários em que existem mini-games e muita interação opcional que facilmente ultrapassam o tempo de duração da campanha.


Batman: Arkham VR possui legendas em português brasileiro, porém, a forma como ela é apresentada é um dos pontos falhos do jogo. Ela aparece em uma posição muito baixa, com as extremidades fugindo do campo de visão em textos longos. As letras são pequenas e meio borradas, sendo necessário um ajuste na posição do PS VR de vez em quando. Além disso, há uma adaptação dinâmica da legenda de acordo com a profundidade do objeto em que ela fica sobreposta, ou seja, por vezes ela pode chegar mais perto ou mais longe, o que causa um desconforto e um esforço ocular para reajustar o foco.

Os gráficos são satisfatórios e seguem a arte existente na série Arkham. É sim possível se perceber serrilhados e poucos detalhes finos em objetos mais distantes. Vistos da tela do PS VR, eles também são mais próximos e de uma qualidade um pouco inferior ao que você vê nas imagens que ilustram a análise (provavelmente devido à resolução do headset e ao efeito 3D). Felizmente, o desempenho do jogo é bem estável, rodando a uma taxa boa o suficiente para deixá-lo agradável – a taxa de quadros por segundo é algo de grande importância para uma boa experiência em jogos de realidade virtual.


Em termos de áudio, a técnica binaural (áudio 3D) contribui bastante para a imersão e é algo que eu gostei muito, pois simula bem a realidade. Batman: Arkham VR explora as possibilidades que essa técnica traz, brincando com sons que vêm de diversas direções e que se adaptam conforme você gira a cabeça ou se movimenta. Um dos exemplos mais interessantes é quando você vai atender ao telefone: o som vai aumentando à medida que você “traz” o telefone perto da orelha e muda para o outro lado caso você troque o telefone para a outra orelha.

Por fim, gostaria de falar a respeito de cansaço e enjoo. Eu ainda estou me acostumando com a tecnologia de realidade virtual, então limito meu tempo de uso de 30 a 40 minutos, pois mais do que isso começo a sofrer os sintomas de cinetose (enjoo de movimento). Dos poucos jogos para PS VR que testei até agora, Batman: Arkham VR foi um dos que tive menos problema com isso, talvez por não possuir tanta movimentação virtual em tela. Como é um efeito que varia de pessoa para pessoa, fica a recomendação de que pare de jogar na hora caso comece a ter algum sintoma.


Veredito

A realidade virtual possibilita novas formas de interação, inserindo o jogador totalmente dentro do jogo. Batman: Arkham VR mostra algumas destas novas interações por meio de uma história investigativa, com exploração e manipulação de objetos, aproveitando-se também de cenários que conseguem trazer uma percepção de escala, altura e profundidade de maneira incrível e imersiva. Colocar o capuz do Homem Morcego e ver seu reflexo no espelho, respondendo a seus gestos com as mãos e a cabeça, te faz soltar um sonoro palavrão e dizer: “P*** M****, eu Sou o Batman!”.

Jogo analisado com cópia física fornecida pela WB Games Brasil.

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