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[PSN] Hotline Miami 2: Wrong Number

Antes de mais nada, preciso fazer um pedido especial nessa análise. Hotline Miami 2: Wrong Number possui uma trilha sonora incrível e cada uma das músicas ajuda na imersão nesse universo. Gostaria que, antes de começar a ler a análise, colocassem essa playlist abaixo para tocar. Prometo que a experiência não será a mesma.

“Você gosta de machucar outras pessoas?” Com essa pergunta polêmica em mente foi criado um dos jogos mais psicodélicos e únicos dos últimos anos. Quando foi lançado no ano de 2012, Hotline Miami foi bem recebido pela crítica e público, tornando-se um jogo indie de muito sucesso. O título, porém, também tem uma parcela de pessoas que o odeiam, seja pelo seu visual retro, dificuldade ou a violência acima do normal. Mas uma coisa é certa: uma continuação era necessária. O jogo original conta uma história um pouco confusa e cheia de pontas soltas. E finalmente podemos explorar Miami nesse universo incrível e entender tudo por trás dessa trama.

Hotline Miami 2 se passa antes e depois do original, tentando unir todos os pontos confusos do anterior, assim como contar sua própria história. O resultado é uma narrativa complexa, que faz o jogador se perder diversas vezes e achar que nada faz sentido. Mas a verdade é outra: tudo faz sentido. O jogo possui estágios no ano de 1985, durante uma guerra no Havaí, e vai até o final de 1991. Não pense, porém, que tudo é linear. Os diversos personagens são distribuídos ao longo das fases da maneira mais confusa possível.

As consequências do original são todas exploradas e os personagens mais importantes retornam para estabelecer os seus verdadeiros papéis. A história é incrível e realmente fiquei muito interessado – e surpreso – com alguns acontecimentos. Mas isso também é um lado negativo no jogo. Muitas vezes tive a impressão de não estar entendendo nada ou que simplesmente a história não fazia muito sentido. Ao final, percebo que tudo é interligado e que o fio condutor, que passa pelos dois jogos, é muito fechado e faz total sentido.

O primeiro jogo é protagonizado por Jacket, um assassino que utiliza máscaras de animais e supostamente recebe ligações com endereços para executar seus serviços. Wrong Number conta com diversos personagens e perspectivas diferentes. As personalidades são bem variadas e vão desde um escritor obcecado pelo caso de Jacket e um detetive, até o chefe da máfia e bandidos. Os meus favoritos são os Fans, um grupo de pessoas que tentam manter a imagem de vigilante do antigo protagonista. Acho que sempre vou preferir jogar como Tony (máscara de tigre) do que qualquer outra opção.

A evolução não está apenas na história, mas em todos os outros aspectos do jogo. Começando pela direção de arte, que está muito superior ao antecessor. Inúmeros detalhes, cores variadas, ambientes bem trabalhados, expansão nos cenários… Tudo foi bem elaborado e executado para a criação de fases muito bem feitas. Tenho algumas ressalvas com os estágios do exército, por problemas com mira e inimigos fora do meu alcance me matando, mas nada que tire o brilho do trabalho feito.

Outro ponto que me incomodou um pouco foi a questão do tamanho das fases. Algumas são bem grandes e difíceis. Uma em especial, em que você joga com quatro personagens em sequência. Não existe como salvar no meio disso e, se você precisar parar de jogar, terá que voltar para o começo da fase. Ou seja, passar novamente por todos aqueles soldados que você precisou de cem tentativas para derrotar. Digo isso, porque aconteceu comigo e foi desanimador.

A trilha sonora, como já citada, mostra uma nova força e busca por trabalhos ímpares para ser composta. São diversas músicas de diferentes estilos, para diferentes situações e todas se encaixam perfeitamente. Sabe aquela fase difícil que você já morreu 40 vezes e está ficando com muita raiva? Pode ter certeza que a música fará toda a diferença aqui, te impulsionando para terminar o estágio. E depois de concluir esse pesadelo, você é recompensado com alguns segundos de uma das melhores músicas do jogo, Dust.

A jogabilidade está bem mais diversificada também. Anteriormente, era necessário escolher uma máscara e utilizar das diversas armas que apareciam para realizar suas ações. Agora, as coisas mudaram graças ao enorme número de personagens. Cada um tem suas particularidades e muitas serão escolhidas antes de começar a missão.

Tony por exemplo ainda tem seus punhos assassinos, mas agora não pode utilizar nenhuma arma. Rolar para escapar de tiros, usar duas pistolas automáticas ao mesmo tempo, katanas… Tudo é válido. O destaque vai para a dupla Alex e Ash (máscaras de cisnes) que são utilizados ao mesmo tempo. Um utiliza armas e o outro, uma motosserra. No começo é um pouco confuso e frustrante, mas depois de algum tempo, atirar de um lado e cortar todo mundo que vem pela porta do outro é uma das coisas mais prazerosas de todo o jogo.

Um dos aspectos na jogabilidade que me incomoda um pouco é a questão da mira. O jogo tende a mirar no personagem mais próximo e não o que eu estou apontando. Isso gera um pouco de confusão, principalmente quando tenho 4-5 inimigos vindo para o meu lado. Por fim, acabo utilizando a mira apenas para acertar inimigos em longas distâncias. Isso é extremamente necessário nos estágios do exército, em que existem áreas bem mais amplas que as dos outros e atrapalha um pouco.

A duração de Wrong Number também me surpreendeu. Gastei diversas horas para terminar o título, que conta com 25 estágios. Cada uma das fases conta com inúmeras abordagens e muitas vezes se parece com um puzzle que precisa ser solucionado para avançar. “Se eu matar aquele cara e atrair o outro, consigo passar por essa sala, mas o cara mais forte pode me ver e ele só pode ser morto com armas de fogo, e não existe nenhuma perto. Por onde ir?” Questões assim são frequentes e a resposta muitas vezes já está em suas mãos e você nem percebeu. Essa é uma das grandezas do jogo e faz uma diferença enorme. Você insiste em um plano falho e, depois de algumas tentativas, descobre a solução. E a sensação de vitória é indescritível.

O jogo conta também com um modo difícil, que é desbloqueado depois de terminá-lo pela primeira vez. Esse modo remove a mira, além de tornar os inimigos mais fortes e espelhar os estágios. Uma ótima opção para quem gosta dos maiores desafios. Também foi anunciado que será lançado em breve um criador de fases, para podermos jogar com amigos e compartilhar na internet. Imagino que isso dará uma nova cara para o jogo e tenho certeza que as criações dos fãs serão incríveis.

Ao final de tudo isso fica a dúvida: Wrong Number é melhor que o original? Não sei responder. Gosto muito do primeiro jogo e acho que o seu charme reside na simplicidade. Gosto de seus estágios curtos e ritmo mais acelerado. Ao mesmo tempo, gostei mais de diversos aspectos da continuação, como história, jogabilidade e ambição. Se tivesse que dar uma resposta agora? Acho que os dois se completam.

Veredito

Hotiline Miami 2: Wrong Number é um jogo que consegue chamar a atenção não apenas pelo seu visual retro, trilha sonora impecável e história complexa, mas também pela sua simplicidade. O título retribui o jogador com fragmentos da história e pequenas vitórias, fazendo com que cada estágio seja uma verdadeira batalha. Mesmo com pequenos defeitos, é necessário dizer que o Wrong Number é excelente. Em resumo: Você vai gostar de machucar pessoas.

Jogo analisado com cópia digital adquirida na Store americana.

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