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Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 2

O grande problema com jogos baseados em séries é sua característica invariavelmente "fan-service". Jogos assim costumam ter toneladas de atrativos para os fãs, mas acabam por isolar, muitas vezes, aqueles que desconhecem o material-base. Ironicamente, isso faz com que fãs antigos fiquem mais fãs, mas não atrai novas pessoas para o universo-base. Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 2 (UNS2) é a sequência do título de 2008 da famosa série de anime/mangá Naruto, e possui características para atrair fãs, fãs "casuais" e alguns "novos-fãs", embora não seja de forma alguma isento de erros ou críticas.

 

 
Em nossas análises, não temos o costume de exaltar gráficos, mas é impossível começar a falar de UNS2 sem ser pelo visual. O primeiro UNS deixou todos boquiabertos com a qualidade do visual, e a sequência não é diferente. Os personagens são extremamente bem modelados e, mais importante, muito bem caracterizados. Poses típicas que os personagens assumem durante a série são retratadas com uma fidelidade ímpar, de modo que em determinados momentos, a linha que separa o jogo de sua série de origem praticamente inexiste. Mais ainda, a animação fluída e as cores vibrantes deixam pouca margem de dúvida – jogar UNS2 é praticamente como assistir qualquer episódio de Naruto, tamanha a excelência gráfica. Em se tratando de visual, UNS2 peca apenas no aliasing, que é inconsistente – em determinados momentos, os personagens são excessivamente serrilhados, enquanto em outros a modelagem é nada menos que perfeita.
 
A excelência visual se estende para a parte sonora, embora sem nenhuma surpresa – afinal, todos já esperávamos que a dublagem fosse de alta qualidade. As opções bilíngues, porém, não se comparam. Os dubladores japoneses são os mesmos do anime, e apresentam um ótimo trabalho em UNS2. A dublagem americana, por outro lado, é um tanto fraca, embora também seja feita pelos dubladores oficiais. Recomendamos mudar a dublagem para a versão japonesa assim que puder, não apenas pela questão de qualidade, mas pela maior imersão proporcionada.
 

 
Obviamente, um jogo não é feito apenas de gráficos e som, e seu coração é a jogabilidade – e é precisamente aqui que começamos a caminhar sobre ovos. O modo principal de UNS2 se chama Ultimate Adventure. Trata-se de um modo história, que acompanha a saga do anime/mangá desde o início de Shippuden, com a volta de Naruto a Konoha, e termina na luta contra Pain. Ultimate Adventure é uma mescla de luta com alguns elementos de RPG, embora estes sejam bem básicos, como comprar itens ou evoluir o relacionamento com os amigos – elementos que simplesmente não possuem razão de ser.  O valor real do Ultimate Adventure está em seguir o enredo, visto que as side quests e as lutas extras são monótonas. O mundo do jogo é bonito, mas oferece pouco a explorar, e frequentemente, navegar pelas áreas é apenas um empecilho a chegar à próxima luta da história. Aqueles que acompanham tanto o mangá quanto o anime estarão livres de spoilers, e os que querem um resumo mais rápido do enredo também encontrarão um bom valor na história do Ultimate Adventure – embora no jogo algumas coisas sejam mudadas, sem impactar o enredo geral.
 
O ponto-chave do jogo, o combate, tem seus altos e baixos. Visualmente, o combate é um colírio: rápido e extremamente fiel (como todo o resto do jogo) ao material-base. Os personagens lançam shurikens (ou outro projétil apropriado, como dardos de areia para Gaara ou bombas, no caso de Deidara), possuem esquiva, combos que remetem ao estilo de luta visto no anime/mangá e possuem suas técnicas reproduzidas fielmente – algumas, como o Susano’o de Itachi ou Kirin de Sasuke são ainda mais belas no jogo que no anime. Estas partes boas, porém, são contrabalanceadas pelo maior defeito do sistema de combate: sua simplicidade – ou melhor dizendo, sua simploriedade.
 

 
A maneira como os combos e técnicas funcionam faz com que todos os personagens sejam jogados de forma absolutament igual. Claro, os personagens possuem velocidades e danos diferentes, mas todas as técnicas são ativadas da mesma forma (triângulo + círculo, ou duas vezes triângulo + círculo) e não há a menor necessidade de se mudar os combos – massacrar O produz o mesmo efeito que massacrar O segurando para alguma direção. Isso torna o combate previsível e chato, especialmente no que concerne o Free Battle e o modo Online. Durante o Ultimate Adventure, porém, você frequentemente encontrará os "Bosses", batalhas especiais lotadas de Quick Time Events (QTEs) e mudanças bruscas nas forma de jogar, o que apimenta um pouco o combate. Pegue, por exemplo, a luta de Gaara contra Deidara. Ela começa como um batalha "comum", mas com Deidara voando. Você tem que usar a técnica de Gaara para trazer Deidara ao chão, a fim de poder minar sua energia. Com o andamento da luta, Deidara alça vôo novamente e inicia-se uma sequência de perseguição, em que você atira dardos de areia contra o Boss, culminando no fim da batalha com um QTE visualmente espetacular. As lutas contra os chefes são, sem sombra de dúvida, as melhores partes de UNS2, o que faz com que as lutas comuns fiquem, infelizmente, ainda mais apagadas.
 
O combate simplista ainda sofre um pouco com o desbalancemaento total de personagens. Fãs de jogos de luta conhecem muito bem o significado de Top Tier e Bottom Tier, mas em UNS2 o balanceamento é ridículo – Itachi, Sasori, Deidara, Pain e Sage Naruto são tão absurdamente desproporcionais em relação aos outros combatentes que o jogo pode se tornar quebrado. Itachi, em especial, é alvo de ódio de muitos jogadores no online, visto a quantidade de "rage-quit" existente quando alguém o seleciona. Pode-se argumentar que personagens desbalanceados existem em qualquer jogo de luta, mas em um jogo com um combate simples como o de UNS2, sua habilidade conta muito menos que o personagem escolhido e seus Partners, visto que os combos são basicamente os mesmos para todos os personagens – consequentemente, o combate se torna uma mistura de sorte e massacre de botões que, quando jogado fora do modo Ultimate Adventure, se torna enfadonho. A pouca quantidade de técnicas para os personagens, bem como as animações repetitivas, depreciam ainda mais a qualidade do combate.
 

 
Os modos Free Battle e Online, citados acima, terminam a composição do jogo. Free Battle é o já conhecido Versus, podendo colocar dois jogadores humanos um contra o outro, um jogador contra a IA ou batalha entre duas IAs, em grupos ou individual. São batalhas simples que, como dito antes, sem os momentos diferenciados das lutas contra os Bosses, acabam ficando entediantes. O Online dispensa comentários, e funciona exatamente como o Free Battle. A conexão com o servidor é ótima, e particularmente, não encontrei lag algum em nenhuma partida.
 
UNS2 dura cerca de 15 horas no modo Ultimate Adventure. Platinar exigirá mais esforço, e possivelmente elevará este tempo para mais de 30 horas. Os troféus de UNS2 são bem direto ao ponto – basicamente, fazer tudo que se pode fazer no Ultimate Adventure (terminar o jogo, conseguir Rank S nos chefes, terminar sidequests etc) e jogar muito o modo online. 
 

 
A grande pergunta a respeito de UNS2 paira sobre seu apelo aos fãs e não-fãs. É inegável que os fãs (xiitas ou ocasionais) aproveitarão UNS2 muito mais que os não-fãs, mas o combate rápido e fácil de se aprender pode muito bem atrair outros jogadores, contanto que não se espere um sistema de luta muito aprofundado. No fim, UNS2 é bom e um prato cheio para os fãs de Naruto – como um jogo de luta, porém, ele pode ser simplista demais para os fãs do gênero.

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